Cap. 13 De Mãos Dadas
Estava nervoso sem saber que tipo de roupa usar, estava andando de um lado para o outro de cueca no meu quarto, enquanto Flavio me observava com seu sorriso safado, ele já estava arrumado. Vestia um terno cinza escuro com uma camisa branca e uma gravata verde escuro.
- Acho que não vou. Eu não tenho roupa. - disse folheando os cabides
- Tem sim, escolhe uma vai ficar lindo.-
- Você fala como seu eu fosse um loiro de olhos verdes de corpo escultural.- respondi
- Deixa de bobeira, você é muito mais lindo que eu.- disse ele me abraçando por traz
- Você não conta, você sempre vai me dizer coisa como essas para que eu fique feliz.-
- Deixa eu escolher pra você. - disse ele procurando roupas no meu guarda-roupa.
Ele tirou uma calça jeans de cor escura e ficou procurando alguma camisa mas eu não tinha, foi quando minha mãe entrou em meu quarto com duas camisas minha, uma preta e outra branca. e um blazer marfim.
- Eu te comprei essas roupas mas você nunca quis usar. Eu disse que um dia seria necessário.- disse ela
- Tudo bem, eu quero fico com a branca. - disse vestindo a camisa e Flávio veio abotoar
Peguei um lenço vinho que eu tinha e usei como gravata, ficou bom, esporte fino. Me olhava no espelho, ainda estava com dúvidas se estava bem.
- Lindo!- disse Flávio
- Tudo bem, vamos logo antes que eu desista.
Assim que chegamos havia bastante gente, acho que demorei demais escolhendo minha roupa, espero que Paola não ficasse chateada. Logo que descemos do carro ele segurou minha mão.
- É muito estranho, eu ainda não entendi se seus pais nos aceitam ou não.-
- Você se importa?- perguntou ele
- Claro que me importa, eu não quero sentir que estou implicando seus pais.-
- Se eles me querem nessa parada, terão que aceitar minhas escolhas.- disse ele me beijando
Entramos na sala e tivemos a atenção de todos, que nos olhavam entrando de mãos dadas, Paola que usava um vestido longo na cor champanhe, com um colar de perolas, veio em minha direção, nos cumprimentar, ela chamou-me para apresentar a algumas pessoas.
- Você é mesmo muito bonito, e jovem!- disse ela num tom em que só eu podia ouvir. - Me acompanhe, vou te apresentar a algumas pessoas.-
- Obrigado! Você que está linda!- sorri timidamente
Ela me apresentou a algumas mulheres, e senhores, eu não consegui gravar seus nomes, Paola segurava meu braço esquerdo e me conduzia entre as pessoas.
- Veja como é lindo meu novo filho! - disse ela aproximando de três mulheres, duas loiras e uma de cabelos castanhos escuros.
- Filho?- disse uma das loiras de vestido rosa claro
- Sim ele é o noivo de Flávio!-
- Meus parabéns! - me cumprimentou a de cabelos castanhos
- Desculpe a indelicadeza, mas você é muito lindo pra ser gay, um desperdício!- disse a outra loira de vestido azul
- E porque você acha que estou andando com ele? Assim vamos ter toda atenção!- disse Paola rindo com as amigas.
Fiquei com elas por um tempo, enquanto elas me perguntavam sobre como conheci Flávio, e sobre o que eu fazia pra ter uma pele tão lisa. Algumas coisas me constrangiam, outras eram bem divertidas, procurei com os olhos encontrar Flávio, mas ele não estava na sala. Acabei me distraindo na minha caçada, e Paola percebeu.
- Procurando Flávio?- Eles estão no escritório. - Enquanto eles negociam, nos ficamos com a diversão.- Disse ela me entregando uma taça de champanhe.
- Obrigado! -
- Eu pensei que vocês viriam de conjuntinho?- disse Paola se referindo ao dia em que eu e Flavio saímos vestidos de camisas verde água.
- Não! Aquilo foi ideia do Flávio, acho que só quis ser fofo.- respondi
- Que gracinha, ai quero ver vocês juntos.- Carmem a mulher de cabelos castanhos
- Sabemos que muita gente está aqui para ver meus garotos. - Disse Paola - Olha ali a Marcela, aquela de vestido curto branco, como pode ser tão vulgar, ela é a ex de Flavio. - disse ela olhando pra um grupo de jovens, Fábio estava entre eles.
- A ruiva?- perguntei para confirmar
- Sim. Tintura é claro!- disse Paola sorrindo.
Era uma garota muito bonita, devia ser dois anos mais velha do que eu, sorridente, e provocante, aquele vestido era branco de renda, tomara que caia. A quanto tempo eles terminaram, eu não queria que Flávio a visse, vai saber o que ele ia sentir quando a visse. Fiquei observando-a e notei que Fábio me olhava fixamente, e quando o olhei ele sorriu, levantou se e veio em minha direção.
- Mamãe, você está monopolizando o Dilan!- disse ele chegando a nossa frente.
- Não, estou não.- disse Paola- Estamos aqui conversando!-
- Deixa eu leva-lo um pouquinho.-
- Para onde?- perguntei
- Vamos nos juntar a beira da piscina, perto do jardim.-
- Tudo bem!- Assim que me levantei, eu vi Flávio vindo de um corredor com seu pai e dois senhores.
- Então vamos ou não?- perguntou Fábio
- Vamos esperar o Flávio.- Respondi e vi que Marcela caminhava ao seu encontro, ele olhava pra ela.
Fiquei quieto observando tudo, eles se cumprimentaram com beijo no rosto, e ficaram conversando, ela segurou a gravata dele, aquilo me tirou o ar. Senti a mão de Fábio segurando a minha e me puxando delicadamente, mas eu não conseguia tirar os olhos deles. Ela tentou beija-lo e ele virou o rosto, foi quando ele me viu, eu olhava pra ele nos olhos, enquanto Fabio me puxava por uma porta saindo de casa. Estávamos no jardim, mais a frente estava a piscina, eu sabia que Flavio iria vir atras de nos, em poucos segundos ele estaria ali, então parei.
- O que foi?- perguntava Fábio
- Nada! Melhor me deixar aqui...- Ele parou e ficou perto de mim, logo Flavio apareceu na porta, nos olhou e veio até nos
- Onde vocês dois estão indo eu posso saber?- perguntou ele irritado
- Vamos pra perto da piscina. Quer vir também?- respondeu Fábio
- Não estou falando com você!- respondeu Flavio sem olhar pro rosto do irmão
- Porque está tão irritado?- perguntei
- Será que é porque eu vi o meu namorado saindo de mãos dadas com meu irmão otário-
- Então eu deveria ficar irritado pelo meu namorado estar quase beijando sua ex?-
- Eu não beijei ela!-
- Faltou bem pouco, mas ela te deixou bem distraído, você tinha me visto antes?-
- Claro!-
- Tem certeza?- perguntei semi cerrando os olhos
- Ora, ora! Uma reuniãozinha particular e nem me chamam. - disse amanda que acabara de chegar e colocou a mão no ombro de Flávio
- A festa vai continuar na beira da piscina.- Respondeu Flávio olhando pra mim e eu olhando a mão dela sobre o ombro dele
- Então Fabio...- Eu disse me virando pra ele e colando a mão no ombro dele. - Não tem algo pra beber?-
- Será que vocês podem ir? Nos vamos depois.- disse Flávio pegando no meu punho, e me puxando pra perto dele.
- Ok. Só não demorem!- disse Amanda descendo com outra garota e Fabio
- Será que pode me soltar, está me machucando!- Disse para Flavio
- Você não me provoque?- disse ele apertando mais o meu punho e depois soltando
- Eu pensei que você disse que nunca mais ia me bater.- disse a ele
- Porque esta fazendo isso?-
- Isso o que? O que aquela piranha tá fazendo você não esta vendo. Não é!-
Eu dei dois passos para o lado da piscina, e ele me seguiu, eu estava tão irritado, eu queria tomar um porre de tanta raiva que estava. A garota se oferecendo e ele deixando, o que ele queria provar. Eu não ia deixar ele brincar comigo, e estava disposto a saber até essa garota iria.
Ficamos numa especie de jogo, ela me desafiava, passando toda hora perto de Flavio, eu bebendo, Flavio bebia também. Logo estávamos todos próximos alguns conversavam e eu encarando ela, que sorria e de um jeito provocante.
Eu morrendo de ciumes, ela jogando charme para Flávio que parecia desconfortável, mas nada fazia, eu tentando decifra-lo, o que ele pensava, qual sua intenção. Ele tentava uma aproximação comigo e eu não deixei.
- Hey! Garoto do Flávio.- disse ela pra mim visivelmente bêbada
- Dilan, meu nome é Dilan!- falei mordendo os dentes
- Que seja, bebe comigo?- ela me entregou um copo e começamos a beber
- Então o Flavio continua fogoso na cama?-
- Não vou te responder isso!-
- Pela sua cara parece que vocês não fazem a muito tempo.- disse ela rindo me deixando com muita raiva
- Mesmo? Porque fizemos hoje o dia todo desde que amanheceu... - disse eu levantando uma das sobrancelhas
- Hmmm! Safadinho você! E um gato também!- ela passou o dedo indicador em meu rosto
De repente senti a falta de Flavio, deixei o como numa mesinha, me afastei sem dizer nada, Amanda sorria e gritava pra eu voltar, entrei no casarão, passei pela sala procurando e o encontrei no topo da escada, uma garota de cabelos pretos curtos, que estava com Amanda subia as escadas querendo alcança-lo. Eu subi as escadas atras dos dois, mas quando cheguei no topo só vi a garota entrando em uma porta e fechando a porta atras dela. Fui até ela escutar.
- O que está fazendo?- escutei a voz de Flávio
- Calma!- respondeu a garota
- Saia por favor.-
- Tem certeza, porque eu posso ficar e fazer algo por você.-
Eles se calaram e ouvi alguns sons que não entendia, eles ficaram quietos por um tempo e logo ouvi um gemido, que parecia o de Flavio quando ele estava começando a se excitar. Eu ali escutando atras da porta, meu namorado me traindo, mas porque eu não fazia nada.
- Não, não! Para porra!- disse Flávio alto. - Sai daqui!-
Eu abri uma outra porta e entrei, era um quarto, não tinha ninguém, eu fui ate a cama e sentei, mordi meu lábio inferior, eles não tinham transado foi muito rápido, mas fizeram alguma coisa, se beijaram ou algo mais, ele gostou, ele gemeu. Porque ele não me chamou para ir embora, tantas coisas passavam por minha cabeça. Eu não devia ter vindo.
Escutei a porta se abrindo, e quando olhei era Paola, ela veio até a cama e sentou se ao meu lado, ficou em silencio por alguns segundos e segurou minha mão.
- Sabe, os homens sempre fazem besteiras das quais se arrependem depois.- Ela falava sem nos olharmos, eu calado olhando pra frente e ela também. - Depois eles percebem que nos magoaram, e ficam cheios de culpas, nos mimam, nos prometem nunca mais fazer de novo. Sem saber se são capazes de cumpris tal promessa. Mas isso não é o fim, não é o que você quer.-
- Não mesmo. - respondi
- Então, finja que não viu, que não sabe! Começa com uma briga, depois vira rotina, até ficarem desgastados. E aí sera o fim.-
- Não vou consegui esquecer isso.-
- Não precisa esquecer. Apenas evite uma briga. Agora vamos descer juntos, segure a mão dele e sorria para que ela fique morrendo de inveja. Vamos!- Ela se levantou segurando minha mão me fazendo levantar
Descemos as escadas, ele se aproximou de mim, eu olhei para Paola e depois olhei para Flávio sorri e segurei sua mão. Pedi que me levasse pra casa. E saímos do mesmo jeito que entramos, de mãos dadas. Fomos calados até o carro, vi Fábio acenando para mim, apenas dei um sorriso de canto de boca, entrei no carro, e seguimos.
- Tão calado.- disse Flávio
- Acho que bebi demais, não estou me sentindo muito bem!-
- Quer que eu te leve pra sua casa?- perguntou ele
- Se você não se importar em me levar.- respondi sem olhar pra ele
Ele nada respondeu acelerou o carro e seguiu para seu apartamento, eu não disse nada. Chegamos no apartamento dele, ele me agarrou, e beijava o pescoço, o rosto procurava minha boca, me deu um beijo que não correspondi, ele me jogou na cama, tirou a gravata a camisa e o sapato bem rápido, e abria os botoes da minha enquanto me beijava o pescoço. Eu pedia pra ele parar e ele continuava, ignorando o que eu dizia.
- Por favor! Não estou me sentindo bem!- disse eu segurando suas mãos
- Mais que droga!- Gritou ele se levantando e chutando o sapato no guarda roupa. - Porquê?