Aconteceu Amor - Cap. 32

Cap. 32 Reencontros


   Por dois dias tudo estava tranquilo, ninguém me perturbou. Nem Flávio, nem Mariana, nem mesmo Fábio, que já não me ligava há muito tempo mesmo. Também não saí de casa pra não ter o infortúnio de encontra-los.
   Minha mãe sabia que tinha algo acontecendo comigo, e se incomodava de me ver trancado em casa, do quarto para a sala.
   Eu só pensava no próximo ano, já era Dezembro, faltava pouco mais de um mês para começar minhas aulas. Mas estava difícil distrair com alguma coisa.
   Minha mãe, já estava praticamente noiva, o namorado dela era um quarentão enxuto, alto, moreno claro, e os óculos lhe deixavam com uma cara intelectual, se dava muito bem com minha mãe, isso me deixava feliz. Rômulo era seu nome, ele tentava se aproximar de mim, queria que eu o aprovasse, e permitisse fazer parte da família. O que não foi muito difícil, ele era divertido, me respeitava, e me dava conselhos sábios.
   Num domingo, minha mãe pediu que fosse no mercado com Rômulo para comprar umas bebidas, algumas coisas que faltavam pro almoço. Compramos tudo certinho, mas na saída encontrei com Flávio e Marcos, o amigo grandão dele.
- Eae maninho! - Disse Marcos.
- Oi, Marcos! - Disse eu sorrindo.
- Não vai me dar um abraço? - Disse ele abrindo os  braços.
   Dei um passo a frente e ele me abraçou forte, me suspendendo do chão, e fiquei um pouco sem jeito.
- Oi Dilan! - Disse Flávio.
- Oi! - Respondi me afastando.
- Dilan vem comigo lá em casa, o Marcão vai também! -
- O Dilan não vai poder ir, a Laura está nos esperando. - Disse Rômulo passando o braço em volta de mim, me trazendo para perto dele.
- E quem é você? - Perguntou Flávio estreitando os olhos.
- Sou o pai do Dilan. E você deve ser o Flávio? -
- Ah pai! É isso mesmo senhor, eu sou o Flávio! -
    Ele colocou o rabinho entre as pernas, gostei da forma protetora de Rômulo, não me importei dele dizer que era meu pai. Na verdade eu gostei da idéia de ter um pai, pra proteger, aconselhar.
- Então Dilan, vem comigo pra minha casa, o Marcão também vai, a gente tá pensando em fazer um almoço. Você podia ajudar a gente. -
- Ele não vai poder ir, a Laura está esperando por nós. Vamos! -
   Assenti com a cabeça e apenas sorri para Marcos, caminhando lentamente até o carro. Enquanto Flávio me seguia com seu olhar.
   No carro foi impossível conter meu riso, vendo a cara de cachorro abandonado do Flávio.
- Então você é meu pai? -
- Desculpe se não gostou... -
- Claro que gostei Rômulo, pra mim você já é da família, e eu conto com você pra fazer minha mãe feliz. -
- Do que depender de mim vamos ser uma família muito feliz. - Rômulo afagou meus cabelos.
   Em casa contei a mamãe, enquanto ela terminava um peixe assado divino. Eu aprendi a cozinhar com ela. Então enquanto almoçamos, nos divertimos com histórias, lembraças.
   Um dia tranquilo, até as quatro da tarde, eu tinha acabado de tomar banho por causa do calor insuportável. Peguei um livro e fui me sentar as sombras de uma jabuticabeira que tinha em frente de casa. Estava lendo distraído, quando observei o carro de Flávio se aproximar. Ele desceu e ficou de frente pra mim, segurando as grades do portão.
- Oi! Vim te buscar. - Disse ele com seu sorriso que já não me encantava mais.
- Pois deu viagem perdida. -
- Dilan, você tem que me dar uma chance de me aproximar de você. -
- Eu não tenho que te dar nada. -
- Quando você vai entender que a gente tem que ficar juntos. Fomos feitos um para o outro. -
   Comecei a rir, enquanto ele ficava nervoso, ele era muito discarado. Eu nem devia estar rindo, mas a situação, seu discurso era ridículo.
- Para Dilan você sabe que é verdade, eu nunca me humilhei para ninguém. Você é o único que faz de mim o que quer... -
- Ahh por favor Flávio, eu faço de você o que eu quero. Deixa de ser dissimulado. -
- Você fica negando pra você mesmo a verdade. -
- Flávio você é meio psicopata, só pode! Você vem com esse jeito de cachorro arrependido, e na primeira oportunidade você mostra quem você realmente é. -
- E quem eu sou? -
- Um idiota, manipulador, doente, asqueroso. Quer mais elogios? -
- Parece que você gosta mesmo de quando eu me descontrolo. Acho que você que é masoquista. Todos já seguiram em frente e você aí, se forçando a sofrer. -
   Eu me levantei e fui até as grades ficar cara a cara com o imbecil.
- Quem você pensa que é, pra falar isso de mim? O que você sabe da minha vida? -
   Flávio enfiou o braço pelas grades me alcançou o braço, e me puxou, ele me segurou, me apertando contra as grades e me beijou, meu corpo e o dele contraído contra as grades que nos separava. O beijo durou alguns segundos até que eu recuperei do susto. E o mordi nos lábios. Ele me soltou.
- Eu sou o primeiro e único homem da sua vida, eu te conheço por dentro e por fora e você não pode mais negar o que sente por mim. - Disse Flávio, com seu olhar ameaçador, o verdadeiro Flávio.
- Idiota! Imbecil! - Gritei. - Sai daqui agora. -
   Corri para dentro de casa, deixando ele pra trás, meu corpo tremia, meu coração parecia que ia sair pela boca. Um misto de raiva, medo, tristeza, e sentimentos que eu não conseguia entender.
   Eu não quero e não vou voltar pra ele. Mesmo que ele fosse o último homem do universo, eu não deixaria ele me enganar.


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Comentários


foto perfil usuario flyrj19

flyrj19 Comentou em 04/04/2015

Esse Flávio é muito sem noção , na moral k




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Aconteceu Amor - Cap. 32

Codigo do conto:
63141

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
03/04/2015

Quant.de Votos:
1

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