Galera, odeio contos divididos, sei que vocês tampouco devem gostar, mas esse não teve jeito. A história é longa e ainda tá rolando. Mas, para cada acontecimento, vou colocar uma conclusão, assim vocês não ficam na vontade.
Eu costumo treinar aeróbica e calistenia em um dos parques perto da minha casa. Quase todo parque em São Paulo rola pegação, mas eu gostava desse em especial porque, na época em que comecei, não rolava tanta putaria, e eu poderia me concentrar nos exercícios (rs...), ao mesmo tempo que, se rolasse algo, viria de forma inusitada.
E acontecia exatamente assim. Demoraaaaaava a encontrar uma putaria, mas quando achava, era para tocar punheta um mês pensando nela. Mas tinha um lugar onde eu nunca encontrava nada: nos aparelhos de calistenia, que ficavam numa área aberta no parque, mas semicercada por umas edificações. Primeiro porque só tinha héteros. Digo, tinha héteros e eu, rs..., que me disfarçava bem de um deles. Segundo porque os caras realmente se concentravam no que estavam fazendo, e quando caía um viado por lá descaradamente procurando putaria, logo saía frustrado, pois todo mundo seguia seu treino sem dar bola pra ele.
Eu admirava os caras de longe. Como convivi com héteros quase a vida inteira, conhecia a linguagem, meus limites, e às vezes até me esquecia de que era gay nas rodinhas de conversa que se formavam. Não tinha medo de me revelar, ou vergonha, ou nada do tipo. Era mais o prazer do jogo, e a lembrança da antiga inocência.
Alguns caras faziam meu gaydar apontar um pouco mais, mas esses sim tinham vergonha de me abordar, provavelmente com medo da reprovação ou de simplesmente se revelar, mas eram raros. Foram anos nessa brincadeira, e como o público ia mudando, e ninguém era potencialmente um amigo, nunca me interessei por alguém de fato ali, apesar de os caras serem muito gostosos.
Até que um dia apareceu alguém com uma paixão em comum. Cheguei e o cara tava treinando capoeira. De início, não tive más intenções (acima do normal), mas claro que iria querer me aproximar dele para treinarmos juntos. Ele parecia ser bem mais novo do que realmente era. Tinha cara de 16, embora tivesse já uns 23. Era moreno um pouco mais escuro que eu, 1,70m mais ou menos, naturalmente lisinho e trincado (filadaputa de genética de sorte), magro, mas não magrelo, no ponto modelo, e uns pelos deliciosos nas pernas e braços que naquele primeiro instante não deu para ver debaixo da calça de capoeirista. Eram pelos lisos, bem negros, que também apareciam de forma bem mais modesta descendo do peitoral definido, redondinho, enfileirando discretamente até dentro da calça, como se apontasse o caminho para a mala, que ele tentava disfarçar. Tinha, porém, um rosto de menino, de anjinho, que não era minha preferência, mas que era fácil ignorar quando ele usava a barba cheia (pense numa coisa gostosa).
Não cheguei até ele no primeiro dia. Acreditem, tenho vergonha na cara, hahah. Mas não perdi a chance de me exibir para mostrar que também sabia capoeira e fiz uns movimentos durante meu treino. Foi a senha para a abordagem nos dias seguintes.
A partir de então, passei a encontrá-lo com frequência lá. Não o encontrava sempre que eu ia, mas só quando nossas idas coincidiam. Ele treinava sozinho, mas conhecia um grupo de novinhos que iam treinar juntos calistenia, e na comunicação entre eles acabei descobrindo seu nome, que vou chamar de Jéferson, pois me causa o mesmo efeito. Em um desses encontros, em que estávamos em 4 nos aparelhos, eu puxei conversa. Embora eu não tivesse manifestas intenções, eu ia buscando, meio que por instinto, uma abertura nele, algo que denunciasse uma possibilidade de algo acontecer, mas ele era implacável, impassível, sério, não dava um vacilo que me fizesse desconfiar de qualquer coisa.
Nessa ocasião, ele estava treinando a bananeira, mas meio desengonçado. Falei pra ele como eu tinha aprendido e até demonstrei (prazer, leonino) dando uma volta na área de ponta-cabeça. Disse que ele deveria treinar parado primeiro, com um ponto de apoio, até o corpo memorizar os pontos de equilíbrio e a musculatura trabalhar em conjunto para sustentar a posição. Nisso, cara de pau, pedi para segurar as pernas dele (esse truque SEMPRE funciona, até e principalmente com hétero) enquanto ele se equilibrava, e assim fizemos. Ele estava de cabeça pra baixo, com as pernas da minhas mãos, mas a vergonha na cara falou mais alto que o tesão e me limitei a admirá-lo, a mala naquela calça de capoeirista principalmente, que ficava mais evidente naquela posição. Não passei a mão em lugares sagrados, como já fiz com outros caras. O fato é que nada, nada, nada no olhar dele me dizia que poderia dar um passo a mais, por mais curto que fosse. Só senti aquelas pernas de atleta na minha mão, que apesar de magras, eram pesadas por conta dos músculos e depois voltamos a conversar.
Fiquei sabendo em qual escola ele fazia capoeira, mas que tinha deixado por causa da pós-graduação, e que treinava no parque para não perder o ritmo. Ficamos sabendo mais um do outro, e quem sabe ficássemos pelo menos amigos depois desses encontros.
A PRIMEIRA TENTATIVA real e positiva de abrir aquele novinho capoeirista veio quando o parque já estava escuro, e um dos gays que também ia lá de vez quando para se frustrar estava lá fingindo fazer exercícios. O parque não renovava as lâmpadas queimadas daquela área, então ficava uma escuridão quase cega, não fossem as luzes que vinham de fora.
Ele estava terminando o treino, quando eu cheguei da minha corrida pelo parque. Sentei no banco ao fundo pra descansar e percebi os movimentos do viado, digo, do outro viado, rs... Jéferson e eu conversamos um pouco e eu tava num tesão da porra, disposto a conseguir pelo menos uma brincadeira boba entre amigos, um tapinha na bunda, uma chave de braço, e o desejo irracional me fazia querer acreditar que ele tava no mesmo clima e que iria gostar das brincadeira, mas bastou um piscar de olhos para ele se despedir e pegar o caminho dele.
– Pera aí!
– Que foi? – Ele perguntou. Nem eu sabia o que era, inventei qualquer desculpa.
– Vai me deixar sozinho aqui com o viado? (Haha, me julguem, ter feito isso em nome do tesão. Mas sei que alguns de vocês já fizeram pior). Ele só deu risada e disse que tinha que ir.
– Haha, volta aqui, cara!
Ele continuou rindo e andando. Ainda vi a silhueta dele pelos vidros da edificação, marchando SEM QUALQUER VACILO. Esse cara não deve ter brincado nem de troca-troca quando era criança, não era possível! Eu já peguei homens com pose de traficante, cheios de tatuagens, corrente no pescoço, andando como se tivesse uma arma no short, que se renderam à primeira investida, mas aquele capoeirista era impenetrável!
Minha vontade ia aumentando. Não raras as vezes em que eu ia observá-lo treinar sem camisa, com aquele abdômen perfeito. Eu ficava sentado no único banco que havia lá, onde ele colocava a mochila dele. Ele às vezes se sentava ao meu lado com aquela barriga e peitoral suados, tomava um gole de água, respirava ofegante olhando pro nada e eu olhando pra ele, e voltava para mais uma série. Eu ficava arquitetando como quebrar aquela tensão, mas tinha medo de estragar tudo!
Os dias passam, e algumas semanas depois cheguei na calistenia sob as mesmas circunstâncias. Voltei da corrida e quando cheguei só tinha duas pessoas conversando sob as barras duplas naquela escuridão. Cumprimentei e vi que era o Jéferson e outro carinha que já tinha visto sondando os marmanjos por ali, certeza que na intenção de mamar uma rola. Não prejulguei, até porque a conversa deles fluía muito naturalmente, cheguei a achar que fossem velhos amigos, e comecei meu treino. Falavam de estudos, carreiras, dinheiro... Falaram por bastante tempo até que acabei fazendo parte da conversa também. Deu a hora de ir embora e nos despedimos, mas o gay ficou na minha cola puxando conversa. Entrei no mercado e o cara puxando conversa, passei no caixa e o cara puxando conversa, e eu sem ter demonstrado qualquer abertura eu estar dando corda. Até que ele lembrou que tinha que comprar alguma coisa e aproveitei pra desaparecer. Mais um dia perdido.
Já estava disposto a desistir das investidas, mas não antes de testar uma teoria. Um cara absolutamente impassível não pode ser necessariamente hétero. Um hétero também abraça, aperta, fala sacanagem com outros homens e é hétero justamente por que consegue fazer isso tudo sem “virar” gay, e aquela armadura toda deveria estar ali pra proteger algo muito muito frágil... Ou só era meu tesão falando mais alto mesmo, rs... ENTÃO IRIA TENTAR PELO MENOS MAIS UMA VEZ.
Não demorou muito, o encontrei numa tarde chuvosa no mesmo local de sempre. Quando chove, o parque fica deserto, assim só havia nós dois. Enquanto está seco, fazemos os exercícios normalmente, mas quando chove, nos protegemos debaixo dos beirais das edificações ao redor, e na parte que tinha uma porta era mais protegida, e lá foi possível ficarmos juntos.
Ele estava de bermuda e jaqueta de esportista, olhando para o nada, como se pensasse profundamente. Eu estava de regata preta colada e calça folgada de esportista, parecendo aqueles negros americanos dos filmes, e estava inquieto enquanto ele ficava imóvel. Essa tensão rolou por alguns minutos quando finalmente quebramos o silêncio. Conversamos algumas trivialidades sobre o treino por alguns segundos. Ele muito calmo e eu com a pele queimando de tesão, até que solto:
– Não vai dar pra terminar a musculação com essa chuva. Acho que vou só dar mais umas voltas correndo até anoitecer. À noite é melhor.
– Melhor por quê?
– Se eu tiver sorte [MODO CARA DE PAU LIGADO] aparece um viado maneiro pra chupar meu pau nos meios das árvores!
Eu não sei descrever a reação dele! Qualquer um veria como uma reação fraca. Mas o cara era tão sereno a maior parte do tempo que pra mim pareceu brusco, mesmo estando calmo. Foi uma mistura de surpresa pela minha cara de pau com curiosidade por saber o que alguns caras faziam nos minutos antes de o parque fechar, mas tudo bem discreto e inexpressivo.
– Sério?!
– Sim.
Ficou pensativo. Olhando para o nada, às vezes para algum ponto do parque para fugir de olhar pra mim.
– E você já ficou com alguém aqui?
– Já. Já fui mamado, já mamei.
Silêncio e sorriso discreto olhando pro nada. Então emendei:
– E você, nunca foi chupado?
– Já.
– Por homem?
– Não. Por mulher.
Isso tudo sem olhar pra mim.
– Quer tentar?
A resposta dele durou uma fração de segundo, mesmo sem olhar no meu rosto.
– Bora.
EU CARALHOS NÃO ESTAVA ACREDITANDO que o que durou meses pra acontecer se desenrolou em questão de minutos da minha frente. Me posicionei de forma que ele ficou de costas para quem passava fora da área da calistenia, e com aquela jaqueta ficaria difícil entender o que estava acontecendo à primeira vista. Me abaixei na frente dele e meti a mão naquela bermuda de esportista tirando de lá um pau lindo, da cabeça perfeita, grosso e reto que já estava duraço (!!!). Lembro da cara de tesão que ele tava, franzindo a testa, no momento em que coloquei aquela cabeça na boca. O cara gemia como se nunca o tivessem mamado na vida. Mamei cada centímetro daquela rola linda, que estava muito limpa e cheirosa por sinal, enquanto ele gemia. Me levantei por uns instantes pra tentar beijá-lo, mas ele hesitou.
– Não... – disse com voz trêmula. – Eu não consigo. Dizia cada vez que eu tentava beijá-lo.
Depois de umas tentativas frustradas de beijar o boy, voltei para o pau dele e comecei a mamar, sugando e relaxando, enquanto ele ia à loucura. A tarde já virava penumbra, então ele começou a procurar minha bunda com a mão. Facilitei o processo. Depois que achou meu cu, passou a gemer mais de prazer.
– Você dá?
– Não. Eu sou ativo. Mas se você me beijar eu dou (PUTZ!!!!)
Hahaha. Falei aquilo no tesão. Mas no fundo eu sabia que seria uma troca bacana pelo prazer que eu tava tendo e ainda poderia vir a ter, e, pelo tanto que ele hesitou, não acreditava que ele iria me beijar.
– Não, não dá. Não consigo beijar.
– Vai deixar de me comer porque não quer me beijar?
Acho que para fugir de ter que pensar na pergunta, e tentando satisfazer o tesão antes que chegasse a culpa, ele começou a se punhetar mais rápido, e eu desci para continuar mamando. Então ele começou a se contorcer com mais força e sem controle, passei a me punhetar e gozamos juntos uma gozada inesquecível.
Depois disso, já quase noite, fomos nos recuperando, e eu com aquele papo de broderagem, rs, falando que ia fingir que não tinha acontecido, que se ele quisesse eu nem falaria com ele, e ele:
– Pode falar comigo normal. Não ligo.
Fiquei feliz de ouvir aquilo, mas não foi bem o que aconteceu. Ele desapareceu por mais de 2 meses e, quando voltou, passou a me evitar no parque. Quando me via, desviava, ou voltava. Não cumprimentava. Nas raras vezes em que não tinha como fugir de mim, mal trocava duas palavras, às vezes ria envergonhado, e assim seguiu... Mas não foi o fim. Essa história teve muitas reviravoltas, mas melhor vocês não acumularem muita porra lendo de uma só vez até o final, né? Aguardem as sequências.
Abraços e até mais!
Comecei a ler seus contos ontem na madrugada. E em um deles eu comentei que gostava do seu estilo mesmo com ressalvas àquele conto. Minha intuição não falhou você realmente escreve muito bem e que estilo leve e inteligente de usar as palavras. Parabéns meninão!!! Adoro um texto bem escrito, limpo, direto e bem construído. Li primeiro o 2 e agora li o 1 e não vejo a hora de ler a parte 3.... Votadíssimo!!!
Tesão demais! Excelente!
delicia de conto
Obs: se estes contos fossem menos detalhistas, seriam melhor de serem lidos, seja mais objetivo! Fica a dica.
Votado tesão esse conto!!!
Aguardando os próximos episódios. V O T A D O.