Já aviso que o texto é longo e rico em detalhes. Quem não gostar…
Quando eu tinha uns 27, ou 28 anos, conheci um cara que era muito tímido. Nosso contato era apenas profissional, no início, mas fomos nos tornando amigos.
Não sei o que acontece comigo, mas as pessoas se abrem muito, para mim, em pouco tempo de relacionamento. Foi isso o que aconteceu com ele.
Fomos a Belo Horizonte para uma reunião profissional e nossa estada teve que se prolongar. Era para voltarmos no mesmo dia e acabamos ficando uma semana.
Compramos roupas e até malas, para ficarmos por lá. E foi quando ele se abriu comigo a respeito do problema que o tornava tão tímido.
Havíamos combinado de ir jantar na Savassi e ele foi me buscar no meu quarto, no BH Othon (hotel em que estávamos hospedados, em apartamentos separados). Ele tocou a campainha do meu quarto eu abri a porta totalmente nu. Fiz aquilo sem nenhuma intenção sexual (embora eu o achasse um cara bastante interessante). Eu apenas tinha acabado de sair do banho e ainda ia me vestir.
Como sou meio sem vergonha (um pouquinho só! rs…) escancarei a porta para ele entrar e um casal jovem que passava pelo corredor me viu daquele jeito. Tanto o cara quanto a garota olharam para mim e acabaram sorrindo, sem desviarem o olhar. Ele “filmou” toda a situação, mas parecia mais incomodado que eu e o casal com minha atitude. Vacilou para entrar no quarto e, depois, sentou em um sofá evitando olhar para mim e parecendo totalmente deslocado.
Creditando seu incômodo apenas à timidez, eu pedi desculpas, dizendo que não tinha tido a intenção de causar nenhum mal estar. Ele tentou se justificar dizendo que era sua timidez que o deixava daquele jeito; não a minha nudez. Nitidamente lutando contra os seus instintos, ele forçou-se a olhar para mim evitando o corpo e fixando-se em meu rosto; mas percebi uma estacionada de fração de segundo em minha virilha. Ele então perguntou se poderia se abrir comigo e acabou dizendo que tinha tido apenas duas transas com duas garotas de programa, em toda a vida.
Ele continuava evitando olhar para mim. Tinha voltado a baixar a cabeça, mas ia falando. Eu achei difícil acreditar que ele era praticamente virgem e ele disse que tinha um problema físico que o impedia de se sentir à vontade no sexo: o pau dele era muito pequeno. Quando ia ao clube, para nadar (seu esporte predileto), ele nem usava o vestiário, porque tinha vergonha. Trocava-se em um reservado no banheiro e deixava para tomar banho em casa.
Eu acabei ouvindo-o falar por horas, sobre o seu problema e as limitações que ele se impunha por causa daquilo. Para que ele se sentisse mais à vontade eu disse que todos nós tínhamos algo a esconder, em nossa vida sexual. Ele escondia de todo mundo que tinha o pau pequeno, e eu escondia de todo que era bissexual. Ele pareceu se assustar com minha revelação e me encarou, tentando identificar no meu rosto um sinal de que eu estivesse mentindo. Logo emendei dizendo que não era mentira e pedi que ele guardasse total segredo sobre aquilo, pois eu era casado e ninguém sabia daquilo (o que era mentira, pois minha mulher sabia e não se incomodava). Continuei dizendo que podia afirmar, para ele, que pau pequeno era uma enorme vantagem se ele fosse transar com alguém chegado a “engatar a ré”, pois era muito mais gostoso dar para um pau pequeno e sentir apenas prazer, sem dor.
Minha revelação cumpriu seu papel: nós nos tornamos super amigos e ele passou, com o tempo, a pedir que dividíssemos o quarto, quando íamos viajar. Passamos a reservar quartos com duas camas de solteiro, quando íamos trabalhar fora de São Paulo, o que acontecia constantemente.
Percebi que, naquelas ocasiões, ele lutava para vencer sua timidez e saía do banho nu. Nas primeiras vezes eu fingi não prestar atenção àquilo, até que o senti agindo com mais naturalidade quando estava sem roupas. Com o intuito de ajudá-lo a superar seu problema, achei que poderia dar mais um passo, então.
Já fazia quase um ano daquela nossa conversa quando, um dia, eu estava recostado em minha cama no hotel, em Salvador, fazendo anotações para a matéria que nos havia levado até lá. Eu estava nu, como sempre fiquei e fico, até hoje, a maior parte do tempo, na intimidade da minha casa (mesmo com minha mulher e meus filhos - um casal, já adulto - circulando por lá), ou quando estou sozinho. Ele saiu do banho se enxugando e sentou na cama dele, esfregando vigorosamente a toalha nos cabelos negros e sedosos.
Olhei firme na direção da virilha dele e lembro de ter constatado, mais uma vez, que o pau dele nem era tão pequeno quanto ele dizia. Falei:
- Alfredão, seu puto: você sabe que eu gosto de um pau, de vez em quando, e fica desfilando por aí com este pinto deliciosamente projetado para comer uma bunda. Vai acabar me deixando com vontade e vai ter que me comer!
Percebi que o pinto dele fez um pequeno movimento para cima, quando falei aquilo; mas também notei que ele ficou muito vermelho e envergonhado, levantando e indo se vestir sem me olhar. Fiquei na minha e não falei mais nada. Saímos para jantar em um restaurante próximo ao hotel e voltamos ao nosso quarto, chegando por volta das 22h.
Voltamos suados, por causa do calor baiano, e fui tomar uma chuveirada, antes de dormir. Saí do banho totalmente nu e cruzei com o Alfredo que, também totalmente nu, ia entrar no banho. Nossos corpos quase se tocaram, no exíguo espaço do banheiro, e trocamos um olhar demorado, antes de nos afastarmos.
Ele tomou o banho rápido e saiu do banheiro se enxugando. Ao me encontrar nu, na cama, ele se forçou a olhar todo o meu corpo, medindo-o deliberadamente, pela primeira vez. Levantei-me e fui em sua direção. Estiquei meu braço para baixo e espalmei minha mão sobre o saco e o pinto do meu amigo. Ele tremeu e segurou meu braço. Percebi que ele não sabia se me rejeitava, ou se cedia a uma nítida vontade de deixar a coisa rolar. Ele deixou a coisa rolar.
Chupei seu peito peludo enquanto acariciava seu pau com uma mão e escorregava a outra até sua bunda. Ele tentou tirá-la dali, mas eu não deixei. Ele desistiu e se entregou de vez. Eu apertava sua bunda e já deixava a ponta dos meus dedos tocarem seu cuzinho, quando escorreguei minha língua até o nem tão pequeno pau do meu amigo. Ainda estava mole, mas não por falta de tesão; era excesso de nervosismo.
Eu o forcei a sentar na cama. Ao sentar, a parte superior do seu corpo, que tremia muito, ainda, desabou deitando-se e deixando as pernas para fora da cama. Ajoelhei no chão, entre suas pernas, e continuei chupando. Molhei meu dedo na boca e, voltando a chupar aquele pau, invadi o cu do meu amigo proporcionando-lhe, de imediato, aquele que, ele mesmo descreveria, depois, como o maior orgasmo de toda a sua vida. Ele gozou sem que seu pau estivesse totalmente duro e realmente encheu minha boca de porra que eu engoli quase toda, guardando um pouco para tentar dividi-la em um beijo, que ele rejeitou virando o rosto.
Evitando olhar para mim ele se virou na cama e puxou os lençóis para se cobrir ficando de costas até dormir. Naquela viagem nada mais aconteceu. Conversamos muito pouco, aliás, depois daquilo. Ao voltarmos a São Paulo nos despedimos de forma fria e distante, no aeroporto de Congonhas, onde o avião pousou.
Só três semanas depois o trabalho exigiu que viajássemos novamente. Dessa vez a Porto Alegre. Liguei para ele, antes de pedir que minha secretária reservasse o hotel, e perguntei se ele queria quartos separados. Ele demorou um pouco a responder, e eu resolvi facilitar:
- Tudo bem, Alfredão. Vou pedir quartos separados, então.
- Não! - Ouvi sua voz urgente e rápida demais, do outro lado da linha. Tive que esperar alguns segundos no silencio, antes que ele voltasse a falar: - Reserve um quarto só para nós dois. Eu quero muito!
Chegamos a POA pela manhã. Por volta das 11h fizemos o check-in no Hotel (era o Plaza São Rafael, na época o melhor da cidade). Percebi que meu amigo estava um pouco nervoso. Assim que ficamos sozinhos, no quarto, ele foi passar por mim em direção à janela e eu o segurei. Olhei em seus olhos e disse:
- Alfredão: só vai acontecer o que quisermos que aconteça.
- Eu só não quero que aconteçam duas coisas: não quero beijar e nem quero que você mexa de novo na minha bunda.
- Se você não quiser, eu não faço, Alfredão. Mas você sentiu muito tesão na bunda, naquele dia.
- Não interessa. Eu não quero.
- Se é só isso o que você não quer, tudo bem. Então…
Empurrei-o para a cama e fui arrancando sua calça. Ele largou o corpo e me deixou fazer o que quisesse. Chupei cada centímetro daquele corpo peludo, menos a bunda e o rosto. Ele gozou e eu continuei chupando. O pau voltou a ficar duro e eu me dediquei ao seu saco e o espaço logo abaixo, próximo ao cuzinho que eu não toquei, respeitando os limites impostos por ele. quando minha língua chegou ali ele gemeu alto e gozou de novo, molhando a própria barriga e fazendo uma pequena poça no umbigo, onde eu fiz questão de “matar minha sede”.
Ele só gemia de tesão. Mas gemer, mesmo, ele gemeu quando eu sentei no pau dele e o pus para dentro. Desta vez estava duro. Muito duro.
Quem já experimentou um pau sabe que qualquer caralho fica duro, mas macio. Não sei se por causa do tamanho reduzido, o pau dele era um pouco menos macio que os outros que eu já tinha experimentado.
Ele já tinha gozado duas vezes e percebi que ia me proporcionar muito prazer, antes de se acabar em mim. E demorou. Só gozou quando eu comecei a esporrar sua barriga, piscando meu cu feito um louco pelo tesão que estava sentindo, e mordendo seu pau com os espasmos anais que o orgasmo proporciona. Acabamos juntos e eu o olhei nos olhos, onde percebi que ele estava louco de vontade de me abraçar e beijar; mas obedeci seus desejos e decidi que isso apenas aconteceria quando ele quisesse.
Aquela foi uma de nossas últimas viagens juntos. A emissora de TV para a qual trabalhávamos designou outra pessoa para me acompanhar, pouco tempo depois. Mas aquela foi a primeira de muitas deliciosas trepadas.
Foram uns sete anos de relacionamento. Se não estivéssemos viajando a trabalho, praticamente todas as quartas-feiras eu ia ao apartamento dele onde passávamos de cinco a seis horas decididos a produzir todo o prazer que dois corpos masculinos, juntos, pudessem se proporcionar.
Claro que, com o tempo, o Alfredo deixou de impor limites à sua bunda e descobri, através dos nossos beijos, que ele, com certeza, me amava. Fazíamos quase tudo, no sexo. Ele só não queria ser penetrado. Mas morria de tesão quando eu esfregava meu pau duro em sua bunda, deslizando-o no seu rego e dando ligeiras forçadas na porta do cuzinho que piscava loucamente. Cheguei a por a cabecinha, algumas vezes, mas ele gozava imediatamente e me pedia para tirar, logo depois.
Nosso relacionamento deu-lhe confiança para outras aventuras e, um dia, ele me contou que estava namorando uma mulher, mas que não tinha a menor intenção de deixar de se relacionar comigo. Na verdade aquele era o começo do fim.
Eu fui apresentado à namorada dele, sem que ela soubesse da verdadeira natureza do nosso relacionamento, claro. Mas ele me contou que ela não tinha gostado de mim e sempre insistia para que ele deixasse nossa amizade esfriar. Ele dizia que jamais cederia a este pedido dela; mas estava errado.
Já não nos encontrávamos no apartamento dele, que virou território proibido para mim. Íamos a motéis e nossos encontros eram cada vez mais espaçados, embora isso os deixasse mais quentes ainda.
Uns dois anos depois ele e a namorada resolveram se casar. Faltando apenas quinze dias para o casamento, nós estávamos em um motel e tínhamos acabado de gozar deliciosamente quando ele, chorando, me informou que era nosso último encontro. Queria ter um casamento normal e a namorada definitivamente não aceitava a amizade dele comigo.
Ele disse que me amava e que sabia que sentia muito mais tesão comigo que com ela; mas disse que tinha concluído que jamais poderíamos nos assumir perante a sociedade e que ele precisava ter um relacionamento que pudesse integrar à família dele, frequentar as casas dos parentes e, quem sabe, até, proporcionar-lhe filhos.
A consciência de que aquilo era uma despedida nos impôs uma urgência absurda e fizemos um sexo maravilhoso, em que, inclusive, eu fui ativo para ele, penetrando-o e indo até o fim pela primeira e última vez. Ele adorou e disse, entre lágrimas, estar arrependido de não ter experimentado aquela delícia antes.
Por algum tempo nós ainda nos falamos por telefone e, de vez em quando, ele fugia para almoçarmos juntos, no meio da semana, sem que a esposa soubesse. Mas o tempo foi tornando a distância maior. Ele teve os filhos que sonhava e o tipo de felicidade que esperava, talvez. Faz mais de quinze anos que nos falamos pela última vez por telefone.
Quase vinte anos que não o via até que ontem demos de cara, um com o outro, no banheiro do Morumbi Shopping. Estancamos e trocamos um olhar que continha mil mensagens, sem nenhuma palavra. Ele entrou rapidamente em um reservado e eu em outro. Num pedaço de papel higiênico escrevi meu celular e meu endereço de e-mail. Saí rapidamente dali e fiquei enrolando na pia, lavando as mãos, esperando que ele passasse por mim novamente. Quando ele passou eu lhe entreguei o papel, sob um olhar de reprovação de um senhor que percebeu nossa movimentação, ali. Ele ficou olhando para o que estava escrito no papel e o jogou fora, o que me decepcionou demais. Ele olhou para mim e apenas pediu:
- Espere um pouco para sair. Minha mulher está bem aí na porta, me esperando.
Fiquei um tempo ali, até para dissipar a decepção antes de encontrar com minha própria esposa, que me esperava na praça de alimentação. Agora há pouco encontrei um e-mail dele, em minha caixa de entrada. Em uma mensagem não muito longa onde ele se desculpa por não ter sabido como agir, ontem, e ter tido medo de levar o papel com ele. Disse que decorou apenas meu e-mail e vai, “eventualmente entrar em contato”. Ele fecha o e-mail dizendo que nunca deixou e nem vai deixar de me amar verdadeiramente, mas que “é preciso ser macho demais para assumir a homossexualidade”; e ele não se sente preparado para isso. “Que tipo de impacto a revelação da homossexualidade do pai pode causar na vida de um filho?”
Que saudades!
PARABÉNS... UM RELATO IMPECÁVEL!!! LIDO E VOTADO...
Um texto muito interessante e revelador do que é a sociedade e as nossas angústias. Penso que todos nós temos problemas em assumir coisas. Falta muito pra vivermos plenamente, sem ter que passar por situações embaraçosas. Até mesmo pra nós mulheres é difícil assumir tesão pelo mesmo sexo, que dirá pra quem tem que ser "machão". Além disso, penso que não somos isso ou aquilo, e sim "estamos".
Maravilhoso seu conto . Votado
VC DESCREVE CADA GESTO, CADA MOVIMENTO DELICIOSAMENTE!!PARABENS!
Delicia de conto...votado!
Eu gosto de relatos longos e com detalhes. Esse foi ótimo. Pena que o rapaz não teve maturidade o suficiente para se impor na vida e não aceitar que outros (esposa) colocasse empecilhos na amizade de vocês. Provavelmente hoje viva uma vida infeliz...
gostei
EXCELENTE! PARABÉNS!!!
muito bom.
Um texto muito interessante...
Q pena meu caro! Tbm tenho o problema do seu amigo, de uma olhada nos meus relatos!!!
Tambem sou casado e nutri uma paixão por um grande amigo, que acabou se afastando... Emocionante seu relato... Entendo os receios dele, o Alfredão. Votei, pois mereceu. Leia meus relatos também, e comente o que achar deles.