15/12/2002, domingo – 16:00h.
— Guga... Marília? – Joana chamou baixinho – Se ajeitem...
Gustavo abriu o olho ainda sonolento. Eram quase cinco horas, Joana tinha se levantado para fazer xixi e viu, espantada, os dois dormindo abraçados e o cacete, ainda duro, enterrada na xoxota de Marília de onde minava uma baba gosmenta.
— Joana?! – ele se deu conta do que estava por acontecer.
Chamou a filha e se levantaram justo no momento que Clarisse também acordava.
— Guga? – levantou a cabeça e ainda pode ver Joana ajudando Marília limpar a perna.
— Oi filhota... – se virou – Já acordou? – pergunta boba dita no afã de querer esconder o que tinha se passado.
— Que é isso? – sentou na rede de pernas abertas e ele pode ver que também ela não estava de calcinha.
Joana se apressou em sair com Marília fugindo dos olhares da loira que entendeu ter havido alguma coisa.
— Pra onde elas vão?
Gustavo se apressou em tapar a visão e, sem pensar muito, sentou na rede da afilhada que caiu deitada no fundo da rede grande.
— Marília ta aperreada... – tentou sorrir – Joana foi ajudá-la...
Clarisse fez de conta que acreditou só para não deixar o padrinho mais aperreado.
— A mamãe?...
— Tá dormindo ainda... – atalhou.
Se ajeitou na rede sentando escanchado, a afilhada fez o mesmo e a buceta papuda e com pouquíssimos cabelos ficou aberta, ele olhou e sorriu para ela.
— Cadê a calcinha?
Clarisse lembrou que estava nua e puxou a ponta da camisa para tapar o sexo.
— Esqueci de vestir... – se deitou e soltou a camisa deixando o sexo ao léu – Tua filha também tava sem...
Claro que ele sabia, imaginou, e se aproveitou muito bem daquela situação. Pena que não tinha acordado antes pra ver ele trepando com a filha.
— Guga!... – resolveu falar o que tinha escutado quando chegou ontem – Eu... Eu ouvi... Ouvi as meninas fa... Falando sobre... De que elas e... Elas e tu... – respirou querendo ganhar coragem – Tu comeu Marília?
Gustavo sentiu uma pontada na espinha.
— Você... Você viu?...
— Não! – olhou direto nos olhos dele – Só ouvi elas conversando ontem... Naquela hora que fui pro quarto quando cheguei... – falavam baixinho, quase aos sussurros para que Angélica não ouvisse.
E contou o que tinha ouvido as garotas conversando, mas se calou percebendo que a mãe estava acordada.
Angélica não tinha dormido quando parou de falar, apenas fechou os olhos relembrando as lembranças dos tempos de antigamente, sentindo como se voltasse para aquele domingo em mil novecentos e setenta e nove na sauna escura, o primeiro beijo, a mão segurando o peito, os sussurros, o primeiro toque de verdade na buceta e de como, sem se aperceber-se, deixou que ele tirasse o maiô e lambesse a vagina; os sentimentos desorientados, os gemidos e novamente o gozo intenso só que não mais inocente como na piscina, lembrou o que tinha sentido quando ele deitou em cima dela, os corpos suados e trêmulos, a sensação gostosa do pênis encostado nos grandes lábios, os desejos e os medos pelo que estava por vir, o pedido para que ele continuasse, para que enfiasse o cacete dentro dela e a dorzinha gostosa misturada com um algo que não conhecia, o bailar sem cadencia de duas quase crianças sem experiência nos meandros do sexo, os corpos se chocando e outros gozos, quase emendados, que lhe deixaram louca de prazer e de desejos e o jato jorrando rios de gala pro fundo da vagina sedenta como se querendo lhe tomar de assalto - pensou que tinha ido direto para o útero, coisas de criança – e do sentimento de culpa por terem feito o que era proibido; o choro fino e a língua, a boca, lambendo o rosto, sugando as lagrimas. Tinham ficado parados, ele ainda enterrado dentro dela e, quando ele quis levantar e sair de dentro, o abraço forte lhe trazendo de volta, o pedido soluçante para que não saísse e o reinicio do bailar, os toques sutis pelo corpo, a língua gostosa explorando sua boca e os gemidos, dessa vez altos que reverberou nas paredes de madeira, quando sentiu novamente o gozo gostoso espalhando pelo corpo.
Ia se levantar para arrumar a bagunça que tinham feito na churrasqueira quando viu Marília deitando sobre ele, voltou a deitar e ficou escutando, acurou o ouvido e sentiu o corpo tremer convulsivo ao perceber o que estava acontecendo. E ficou de lado olhando, por entre as tramas da rede, a rede balançar conforme os movimentos dos dois; ouviu os gemidos da garota e o medo do pai, o arfar das respirações e da sua própria; não tinha percebido que o dedo excitava o clitóris e que seu corpo estremecia, as pernas se abriram e ela gozou como há muito não gozava.
— Mãe? – Clarisse chamou baixinho – Tu ta acordada?
Estava, mas não quis dizer e ficou deitada ainda com aquelas imagens na mente, o pensamento embrulhado e os sentimentos em conflito sem saber se ficava indignada pelo que o amigo estava fazendo ou se aceitava como normal, uma normalidade esdrúxula e, para ela, sem precedentes.
— Mãezinha?! – Clarisse voltou chamar.
Angélica ficou parada de olhos fechados e ressonou como se estivesse dormindo um sono pesado.
— Tá dormindo... – falou baixinho.
— E o que você vai fazer? – Gustavo olhava para seu rosto, morria de medo de que a afilhada pudesse falar aquilo para alguém.
Clarisse olhou para ele e viu o pavor estampado no rosto, sentiu pena do padrinho. Não iria falar pra ninguém, era só deles o direito de revelar aquele segredo agora partilhado com ela.
— Nada!... – tentou sorrir e passar tranqüilidade – Ela não é mais criança e deve saber o que fez...
A rede onde Angélica estava deitada era do lado da deles e, mesmo que estivessem falando baixinho, dava para ouvir tudo.
Gustavo suspirou aliviado, pelo menos ela não iria fazer nada e depois ele arranjaria um jeito de fazê-la calar-se em definitivo.
— Guga?... – se mexeu na rede e o corpo desceu e ficaram quase colados, os joelhos encostados era o que não deixava ficarem mais perto – Tu foi o... Foi tu que tirou o selinho dela... Da mamãe, não foi?
Angélica estremeceu, tinha contado para a filha das aventuras na mocidade, mas ela tinha prometido nunca falar nada a ninguém.
Gustavo olhou para ela, Marília já tinha lhe dito que ela sabia e não se espantou.
— Como você soube?
Mas ele sabia que tinha sido inconfidência da mãe, só os dois sabiam de tudo e nunca tinha falado para ninguém o que tinha acontecido dentro da sauna.
— A mamãe... A gente não tem segredo uma com a outra... – fechou os olhos e tentou visualizar de como tinha sido – Porque vocês não casaram?
Gustavo respirou, fechou os olhos e contou, pela segunda vez na quele dia, o que tinha acontecido. Angélica teve vontade de chorar, nunca tinha entendido a causa dele ter agido daquela maneira e, quando voltaram a se encontrar, nunca tinham tocado no assunto.
— Tu podia ser meu pai... – Clarisse imaginou de como seria tê-lo pai – Ela não engravidou?
— Não... – os olhos cerrados ajudava a reviver aqueles tempos – Tinha um farmacêutico, Dr. Lorenzzo, que era amigo do papai e fui até ele e falei que tinha desvirginado uma namorada... Disse que estávamos com medo de que ela ficasse grávida... Ele me deu uns comprimidos para ela tomar... E depois... Ela passou a tomar pílula...
Angélica lembrava de como tinham conversado muito, depois que voltaram para casa. Lembrou que era ele o mais preocupado, ela nem ligou para a possibilidade de engravidar, não lhe passava pela cabeça pegar bucho. No dia seguinte, uma segunda-feira de noite, ele foi em sua casa e pediu para que o pai permitisse que namorassem, riu relembrando que ele gaguejou e que suava aos píncaros. Os pais gostavam muito dele e disseram que poderiam namorar, desde que fosse na porta da casa. A mãe, menos tacanha que o pai, sempre achava desculpas para suas saídas e foi naquela noite que ele falou do remédio que ela tomou conforme o Espanhol tinha dito.
— E nunca mais vocês... – parou e encarou o padrinho – Nunca mais vocês treparam?
Na rede Angélica gelou. Tinham voltado a manter relações em outras ocasiões, e a primeira vez foi quando ela convidou para que ele fosse o padrinho da filha, ainda estava amamentando, Clarisse tinha só duas semanas de vida, estava no quarto dando de mamar, Pedro tinha viajado e, depois que a filha se fartou ela, brincando, perguntou se ele também não queria mamar. Rememorou o que sentiu quando a boca abarcou o seio e sugou leite, a filha ainda no braço e ele fazia carinho na cabecinha com poucos cabelos finos e loiros enquanto compartilhava do alimento que deveria ser só de Clarisse. Ela sentiu a xoxota ficar alagada e, como se enlouquecida, arrancou a calça dele, empurrou para a cadeira e sentou em seu colo, o cacete entrou de roldão e treparam como dois enlouquecidos, ela cavalgou e gozou muito e só não gritou a agonia do gozo porque a filha continuava aninhada nos braços. Quando terminaram notaram sorrindo que o bebê tinha adormecido com os movimentos que fizeram.
Gustavo ficou calado, não ia responder e dizer que a mãe vinha traindo o pai com ele.
Essas passagens de sua vida Angélica não tinha contado para a filha.
— Tu não quer falar... – Clarisse entendeu o silêncio respeitoso do padrinho, mas soube que eles tinham ficado outras vezes.
Ficaram em silêncio ouvindo barulho do vento entre as folhas, o piar ao longe de pássaros e suas próprias respirações. Na rede Angélica relembrava os outros encontros furtivos, das vezes outras que transaram com a filha no quarto e a quase certeza de que o marido sabia do caso dos dois, não tinha como não desconfiar pela maneira como se cumprimentavam, os beijos melados e a falta de vergonha em ficar a vontade, não poucas vezes nua, na frente dele.
Clarisse também pensava de como era estranho o pai nunca ter brigado com a mãe que se jogava nos braços do padrinho e se beijavam sem vergonha na frente dele. Suspirou fundo e ajeitou as pernas sobre as dele, e o corpo desceu e ficou colada nele.
— Que é isso Clarisse? – Angélica ouviu – Deixa disso menina... Espera! Deixa eu levantar!
Mas a garota não deixou.
— Não Guga... Fica aqui... Fica?
Angélica virou a cabeça e tornou a espiar entre os buraquinhos da tramada rede e viu que a filha estava quase sentada no colo do padrinho.
— Não faz isso... Não faz isso... – ele lutava para que a garota não arrancasse o pênis duro de dentro da cueca melada – Deixa de besteira... Olha que vou ficar muito zangado contigo!
Mas Clarisse não ligava para o que ele falava, queria ver e sentir o que Marília e a mãe tinham sentido.
Angélica estava agoniada, sabia que Gustavo não iria fazer nada de mal com a filha, mas sabia muito bem do que Clarisse era capaz para fazer o que queria.
— Espera Guga... Deixa!
Ela já tinha conseguido tirar o membro do padrinho e segurava firme na mão direita e, com a esquerda, abriu os grandes lábios. Gustavo suou frio, olhou para a rede ao lado e viu que Angélica estava acordada, ela levantou a cabeça e os dois se encararam. Ficaram parados, estáticos e sem saber o que dizer. Clarisse continuou manipulando o sexo do padrinho e encostou na buceta aberta.
— Clarisse! – Angélica se levantou de um pulo.
A garota se espantou e, em um reflexo pelo susto, jogou a pélvis para frente e sentiu o cacete entrar na buceta. Gustavo notou o que estava acontecendo e tentou empurrar o corpo da afilhada para trás, Angélica também viu – estava em pé do lado da rede deles horrorizada a filha sendo penetrada pelo padrinho lívido e apavorado.
— Clarisse?! – ele sentiu o corpo estremecer e o sangue fugir das veia e tentou se levantar.
— Não!... Ai!... Não! – Clarisse sentiu uma pressão imensa dentro dela.
O remendo foi pior que o soneto. Ao tentar se levantar o cacete foi impulsionada para dentro da buceta aberta e entrou até romper a delicada película que selava a virgindade da garota.
— Clarisse?! – Angélica também gelou.
Gustavo voltou a se sentar na rede olhando fixo para os sexos pregados, estava todo enfiado dentro da vagina avolumada da afilhada. Ficou parado, não fez movimento algum, não tinha querido que aquilo acontecesse. Angélica estava também apavorada, sabia que não tinha sido orquestrado pelo compadre, que tinha sido mais uma travessura da filha sem arreios.
— Espera Guga... Espera... – Clarisse olhou para entre suas pernas e viu o que estava sentindo – Não... Não mexe... – olhou para cima e deu de cara como rosto esbranquiçado da mãe – Mãezinha... Mãezinha... Eu... Eu...
— Espera filha... Espera... – se ajoelhou – Não mexe amor... Espera...
Gustavo não sabia o que fazer, não sabia o que falar e ficou parado. Sentiu a mão de Angélica segurar seu pênis e Clarissa sentiu que a mãe afastava seu corpo, não queria que ele saísse, mas estava doendo demais e deixou que a mãe ajudasse a se separarem.
— Ai! Mamãe! Tá doendo... Tá doendo...
Angélica tirou o membro de dentro da filha e um fio de sangue escorreu de dentro da vagina alargada e sujou a rede branca.
— Angel?! – Gustavo olhou amedrontado para ela – Eu não fiz nada... Eu não fiz nada...
— Sei... Não é culpa tua...
Ajudou a filha se levantar e saíram as duas em direção ao banheiro da piscina.
Gustavo continuou deitado pensando na merda que tinha acontecido, nunca ia imaginar que a garota fosse fazer aquilo, mesmo tendo acontecido em algumas ocasiões indícios de que ela tinha algum tipo de desejo além da relação afilhada/padrinho. Mas daí a acontecer o que tinha acontecido era uma distancia muito grande e na cabeça fervilhava imagens que tentava explicar e, uma delas, a relação estreita com a mãe e por ela saber que os dois transavam desde antes de ter nascido; talvez para querer afrontar os pais – típico dela – e dizer, com ação tresloucada, que também queria seu espaço naquele jogo de sedução sem fim.
(Continua...)