Gustavo esperou um tempo antes de voltar para oconvívio dos amigos, Renatinha viu quando ele apareceu e correu a seu encontro.
— A Clarisse ta doidinha te procurando... – respirou – Aonde tu tava?
— Tava tirando um cochilo na área – mentiu – Onde ela está?
Renatinha apontou para as mesas onde também estavam Marília, Joana e Fernanda.
— Pai?! – Marília se levantou – Onde tu tava siô?
— Ora onde? Tava na área onde você me deixou a ver navios! – riu e se abraçou com a filha – E como vai nossa acidentada?
— Foi nada não tio... – tentou se levantar, mas a dor a fez voltar – Torci o pé na fresta do jardim... Mas tia Angélica falou que não deve ter quebrado, ta inchado e dolorido...
Gustavo se ajoelhou do lado dela e tentou segurar o tornozelo, ela reclamou de dores.
— Botei gelo pai... – Marília também se ajoelhou – A tia disse que era bom não enfaixar...
Gustavo ficou preocupado, estava muito inflamado, mas não quis alarmar inutilmente a garota. Levantou e saiu procurando Marlene que tinha se formado em enfermaria, mas não exercia a profissão. Ela estava conversando com Angélica e Pedro sentados na borda da piscina.
— Onde diabos tu tava metido Guga! – Pedro se virou – Tava todo mundo pensando que tu tinhas fugido!
— Tava fazendo o que o diabo gosta! – riu e sentou do lado do amigo – Marlene! Dá uma olhada no tornozelo da Fernanda.
Angélica falou que achava ter sido só um entorse, mas ele insistiu e a amiga foi ver.
— Sim! – Pedro se virou pra ele – Tu não tava nem com uma das três... E quem foi dessa vez?
Gustavo olhou para os dois e sorriu.
— Tava cochilando cara! – empurrou o amigo – Será que vocês só pensam nisso?
Marlene voltou e também achou ser só uma torção, mas achava melhor tirar uma radiografia para se tranqüilizarem. Saiu procurando Joel.
— Olha cara! Vê lá o que tu estais fazendo com Clarisse! – Pedro encarou o amigo – Não vai sacanear minha filha!
Gustavo ficou olhando para ele, Angélica não falou nada.
— Pedro! – respirou fundo – Tu não acredita que eu goste realmente de tua filha, não é?
— Não é isso o que ele está falando Guga... – Angélica interferiu – A gente tava conversando sobre isso com a Marlene... Porra amor! Ela é muito novinha, quase da idade de tua filha e... – parou e olhou para o marido – Fala tu Pedro!
Pedro ia começar falar quando a filha chegou e sentou no colo de Gustavo, estranhou o silencio.
— O que foi? Estou atrapalhando alguma coisa?
Gustavo suspirou e abraçou a garota.
— Não Clarinha... Você nunca atrapalha nada... – olhou para os amigos – Não para mim...
— Então porque vocês calaram quando eu cheguei?
Angélica não queria conversar aquele assunto na frente da filha.
— A gente tava falando sobre Fernanda...
— Não! – Gustavo cortou – Não gente! – olhou para Clarisse – A gente estava falando sobre você... – olhou para Pedro e Angélica e sorriu – Sobre eu e você, que tenho idade de ser seu pai e que... Que não vão deixar você casar comigo!
Pedro sentiu um baque, Angélica olhou abobalhada para Gustavo sem entender onde ele queria chegar e Clarisse parecia não ter entendidoo que ele tinha falado.
— Como é meu sogro? Você me dá a mão de sua filha para casamento?
— Guga?! – Clarisse deu um gritinho.
— Deixa de brincadeira Gustavo! – Angélica saiu do estremecimento depois de ouvir o pedido.
Pedro olhava ora para Gustavo, ora para Clarisse e ora para a mulher sem entender ou saber o que responder.
— Não estou brincando Angélica – fez carinho na costa de Clarisse – Conversei com Marilda e ela não se opõe... E você minha molequinha, aceita casar comigo?
— Guga! – colou a boca na dele e beijou – Puxa! Se aceito? – olhou para o pai – Pai! Ele quer casar comigo!
— Tu estás falando sério mesmo Guga? – Pedro não acreditava.
Gustavo riu da feição abobalhada que o amigo fez.
— Como nunca falei em minha vida Pedro – passou o braço pelo ombro do amigo – Tu aceitas que eu me case com tua filha?
Angélica desconfiou que ele não estava brincando.
— Porque isso Guga? – segurou a mão do marido – Pó que assim tão de repente?
— Não foi assim tão de repente... Você mesma já sugeriu isso, lembra? – mas estava preocupado com o amigo – Então Pedro?
— Não sei Guga... Tu viu Clarinha nascer, tu és padrinho dela cara! – olhou para a mulher – Poxa Angélica, me ajuda!
Clarisse parecia não participar daquela conversa, o pensamento tinha voado para muitos anos atrás e recordou que ele sempre esteve presente em todos os momentos de sua vida e sempre sentiu desejos, sempre sonhou em seus sonhos infantis de um dia se casar com ele. Não poucas vezes acordou com a periquita encharcada pelos sonhos eróticos a lhe embalar o sono e encher seus sonhos.
— Sei lá Pedro? – lembrou de quando falou, de brincadeira, que ele se casasse com a filha – Se eles querem se casar?
Pedro olhou demoradamente para a esposa.
— Olha Guga... Pode ser que eu esteja errado, mas? – a filha estava apreensiva, Angélica também – Será que isso não é só pra ficar mais perto de Angélica...
Nenhum dos três acreditavam que ele tinha falado aquela baboseira.
— Pai?! – Clarisse olhou séria para o pai.
— Porra cara! Tu me conheces a quantos anos? Trinta? Trinta e Cinco... É!... Deve ser trinta e três ou trinta e quatro anos... – olhou bem dentro dos olhos do amigo – Todos esses anos e agora, só agora, descubro que tu não me conheces...
— Guga!... – Pedro se arrependeu de ter falado aquilo.
— Não! Agora tu vais me escutar!...
Angélica sabia que o amigo estava indignado de verdade e também sabia, e o conhecia muito bem, que ele conseguia dizer verdades ferinas e dolorosas.
— Olha Pedro! – Angélica cortou – O Gustavo pode ser tudo, menos pérfido... E nos sabemos que nada e ninguém impede da gente ficar juntos... Cometemos uma idiotice quando éramos novos e não vamos... Não vou cometer outra besteira e perder a amizade verdadeira...
— Ô gente? Pelo amor de deus!... – Pedro estava agoniado.
— Pai? Olha pra mim pai, olha! – esperou – Não sou mais criança não, viu? Eu sei o que eu quero e eu quero o Guga e... E sei que ele me quer...
— Deixem eu falar, pelo amor de deus!
Ficaram em silencio e esperaram que ele falasse o que queria falar, mas nada iria mudar o que tinha dito.
— Olha filhinha... Não falei com outra intenção, mas a gente sabe que... – olhou para a mulher e resolveu mudar o rumo – Se é para tua felicidade, é claro que dou tua mão pra esse depravado – tentou sorrir, ninguém lhe acompanhou – Olha cara! Vê lá o que tu vais fazer com minha filha!
* * * * * *
As meninas continuaram batendo papo, contavam o que tinham feito e com quem, o que sentiram e o que desejavam fazer.
Cecília ficou nadando e brincando na piscina até sentir frio e sair, Renatinha lhe entregou uma toalha e entraram para trocarem as roupas molhadas.
— Ceci? – Renatinha estranhou o buraquinho da xoxota da irmã – O que tu andou fazendo menina?
— O que foi? – Cecília estava enxugando o pé na cama, a perna aberta mostrava uma abertura não normal.
— Espera? – trancou a porta com chave – Se deita...
Cecília fechou as pernas e olhou para a irmã.
— Deita Ceci, deixa eu ver uma coisa?
Cecília não queria se deitar, mas Renatinha lhe empurrou e ameaçou.
— Olha aqui Cecília... Ou tu se deita ou eu chamo o papai e... Vai ser pior!
Cecília ficou encarando airmã e sentiu vontade de chorar, mas engoliu o choro e abriu as pernas. Renatinha ajoelhou e, com cuidado, abriu os grandes lábios da vagina da irmã.
— Tu andou dando pra alguém... – não era uma afirmação, só uma desconfiança - Abre mais!
Cecília escancarou aspernas e a irmã teve quase certeza de que a caçulinha dentre todas já não era mais moça. Aproximou o rosto da xoxota da irmã e cheirou, o aroma era diferente. Meteu o dedo e pescou um fio esbranquiçado, esfregou no dedo e cheirou.
— Porra Cecília? – levantou e sentou na beirada da cama – Tu fodeu com quem?
Cecília não mais conseguiureter o choro, fechou as pernas e começou soluçar, lágrimas desceram dos olhos verdes e singraram no rosto.
— Tu vai fuxicar pro papai... – falou entre soluços – Ele vai me dar uma pisa...
Renatinha olhou para a irmãe sentiu dó.
— Juro que não conto pra ninguém... – deitou do lado da irmã – Mas tu vai me dizer com quem foi, não vai?
Cecília fungou e assoou onariz na toalha úmida.
— Só se tu jurar que não conta pra ninguém!...
— Juro... Juro sim... – passou a perna sobre o corpo dela e se abraçaram – Pode confiar em mim que não conto pra ninguém...
— Olha lá Renatinha? – limpou as lágrimas que ainda escorriam dos olhos – Tu jura mesmo? – a irmã balançou a cabeça – Eu... Eu trepei com o... O tio Guga...
— Com o Guga? Como foi isso garota?
Cecília contou tintin por tintim e a irmã arregalou os olhos incrédula.
— Tu és doida Ceci? E se ele não quisesse?
— Ora! Quando ele abriu os olhos já tava tudinho dentro... – riu e passou a mão na xoxotinha.
— E... E doeu muito? – lembrou de como sentiu uma dor miserável quando perdeu a virgindade – O cacete dele é enorme! E tu agüentou tudo?
Já não havia aquele clima carregado, eram duas irmãs trocando impressões. Cecília falou que doeu muito quando sentou, mas que depois, quando ele passou ajudar, a dor sumiu e passou a gostar até que gozou.
— Puta merda! E ele? – olhou para a irmã sem acreditar que ela tivesse tido coragem para tanto – Ele gozou dentro?
Claro que tinha gozado, afinal ela mesmo viu um restinho de gala.
— Gozou e encheu minha periquita de gala... – fechou os olhos – Puxa vida! Foi esquisito quando ele gozou... Era como se ele tivesse fazendo xixi dentro de minha periquita... Mas foi bom pra cachorro...
Continuaram conversando e rindo das coisas que Cecília contava, se vestiram e saíram do quarto.
— Tu me prometeu Renatinha!– Cecília segurou o braço da irmã – Olha lá?
— Prometi e jurei... Não vou contar pras ninguém... – parou e olhou para a irmã – Não posso falar nem pra Marília?
Cecília ficou séria.
— Mas aí ela pode falar pro tio e... – fez uma careta sapeca – Ta! Mas só pra Marília, viu?
* * * * * *
Aos poucos aquele clima pesado foi sendo substituído por uma alegria contagiante e Clarisse mergulhou na piscina e puxou a mãe que puxou o marido que puxou Gustavo. Começaram brincar de batalha marítima e, por três vezes, Gustavo e Clarisse ganharam.
Saíram com frio e foram se aquecer na churrasqueira, Pedro e Gustavo tomaram doses de uísque e as mulheres preferiram cerveja. Gustavo estava conversando baixinho com Angélica.
— E tu tens coragem? - Angélica sussurrou.
Gustavo sorriu e subiu numa cadeira.
— Atenção gente! Olha aí a patota da piscina! Ê gente! – gritou alto.
Angélica se abraçou com o marido e com a filha que não sabiam o que o maluco ia fazer, pensavam que ia propor uma brincadeira com o grupo.
Todos cercaram a mesa.
— Vem cá Marília! – chamou e colocaram uma cadeira para ela subir – Vem também Clarisse!
Só faltaram Milton e Mirtesque dormiam há horas.
— Bem gente!... Marília e eu temos um comunicado a fazer!
Marília olhou para ele sementender e ele sussurrou no seu ouvido. Todos se calaram como se tentando ouvir o que ele dizia para a filha.
— Verdade pai?! – deu um gritinho, abraçou e beijou o rosto com um beijo estralado, virou para Clarisse e também deu um beijo.
Pedro sentiu um friozinho correndo na espinha, desconfiou o que o amigo ia fazer. Sussurrou no ouvido da mulher que confirmou com um sorriso.
— Deixa que eu falo pai!...– subiu na mesa e Gustavo ficou com medo que ela caísse e segurou sua perna – Gente! Gente! Tenho um comunicado pra todo mundo! O papai... – se virou pra elee jogou um beijo – Esse gato gostoso aqui vai... Vai casar!... - murmúrio geral – E a escolhida e sortuda é!... – olhou para Angélica, todos viraram a cabeça e olharam para o casal abraçados.
Marília queria fazer suspense, apesar de que a maioria já desconfiava que era a tal escolhida, mas quando ela olhou fixa para Angélica todos pensaram ser a mãe e não a filha. Pedro notou.
— Êpa! Péra'í pessoal! Essa daqui é minha! – olhou para Marília – Quem vai perder a liberdade á a doida de minha filha...
Nem Joana sabia daquilo e também ficou espantada. Sabia que tinha um rolo ali, mas não imaginavam que tão sério assim.
— Parabéns Clarinha!... – Marilia e Clarisse se abraçaram – Pai? – olhou para o lado, ele já tinha descido da cadeira e recebia as felicitações de todos.
As duas também desceram e abriram caminho até ele.
— Puxa pai? – Marília se jogou em seus braços – To muito feliz, viu!
— Eu também filha, eu também... – Clarisse também se abraçou nele – Agora minha família está refeita... Tenho uma filha e uma mulher...
Gustavo beijou a boca de Clarisse enquanto o pessoal dava tapinhas em suas costas e Marília, de brincadeira, empurrou o rosto da amiga e também beijou o pai e ficaram trocando de boca e rindo divertidos.
— Tu estais ferrado Guga...– Clarisse sussurrou no seu ouvido – Tu tens duas mulheres que vão te lascar de tanto foder...