No cinemão, oferecendo tudo que os gulosos curtem


Aquele cinema do lance com o cafuçu, que comecei a relatar no conto anterior, era (e continua sendo) o lugar mais divertido da paróquia.

Não vou dar detalhes para não atrair atenção indesejada aos frequentadores. Só digo que fica num lugar de perfil muito comercial. É facílimo aproveitar o horário de expediente e “sumir” no escurinho do cinema por uma hora ou duas. E a entrada é tão discreta que muita gente nem percebe que existe um cinema lá.

Como de costume, o público é mais velho, só que, pelo visto, muitos jovens se amarram em pegar velhos. Independentemente da idade, tem gente que se organiza para ir ao cinema em certos dias e horários. Homens e, uma vez ou outra, mulheres. Com isso, a sala recebe uma clientela variada. Sempre incluindo caras muito interessantes, belos corpos, sem frescuras, que vão lá sempre.

O cafuçu, que nunca soube como se chama, era um que eu encontrei várias vezes. O cara era naturalmente gostoso, sem academia, com grande potencial de corpo. Disse a ele: "se você fizesse musculação, ia fazer um sucesso".

Ele ficava meio sem jeito, pois, de corpo, ele gostava era de adorar o meu. Seu lance era me lamber muito, agarrar-me por trás para eu flexionar os bíceps e ele pegar, sentir meu peito duro, minhas pernas poderosas e... meu pau que já ficava babando por aqueles toques.

Além das salas de projeção, o cinema tem uma série de cabines privativas. Nada estranho: é para isso que a turma vai lá, não é? Eu e o cafuçu procurávamos uma cabine, começávamos um sarro de cinco minutos, ele caía de boca no meu pau e saíamos logo depois para outras aventuras.

Aí voltávamos a nos encontrar num lugar qualquer do cinema para mais pegação com muito beijo e muitos toques mútuos. E assim atingíamos o maior prazer.

Conheci vários cinemões em várias cidades. Cada um é de um jeito, mas o prazer é garantido. Mas até que comecei tarde nesse mundo de aventuras.

Até por volta do ano 2000 eu tinha uma boa experiência em saunas, enquanto ainda passava longe dos cinemas de sexo (exceto uma ida na adolescência, que foi só para ver o filme) que já então eram considerados caídos e anti-higiênicos. E naquele tempo a internet já estava atraindo a atenção dos safados mais jovens para marcação de encontros, o que elevava a idade média dos frequentadores da sala escura.

Então, numa tarde de sol de feriado, estava andando de bobeira na rua e passei na porta de um cinema de que já tinha ouvido falar. Entrei para conferir: mais pela experiência “antropológica”, que não ia tirar pedaço.

A realidade confirmou grande parte dos relatos, o filme era mal projetado, as instalações precisavam de uma manutenção, o cheiro era de mofo e o público era meio velho... de modo que um garotão com tudo no lugar (e nem tinha ainda me dedicado à musculação) parecia tudo que os coroas queriam. Tudo com cara de paizão de folga, mais ainda do que nas saunas.

Driblei os avanços dos sujeitos e saí meia hora depois para ir a uma sauna num bairro vizinho que eu ainda não conhecia (meti no rabo de um branquinho da minha idade; nada memorável), mas nas semanas seguintes decidi dar uma chance aos outros cinemões da área.

Foi assim que eu conheci o maior antro de perdição imaginável, que dia e noite atraía público variadíssimo. Duas salas grandes, com filmes héteros e gays, mas quem se importava com os filmes? O negócio era ir para as darkrooms, enormes e quase sempre cheias de gente, ou para os banheiros e entregar-se ao prazer. Depois, dar um tempo fumando nas poltronas (onde também podia rolar muita coisa) e voltar ao fervo no escurinho. E assim passar a noite até sair a última gotinha de porra.

Era um território livre para o sexo entre homens (nunca vi uma mulher lá), com baixo nível de frescura. Com um corpo legal, muito vigor da juventude, e um pau grossão e cheiroso, eu sempre arrumava muita companhia. O que eu passei lá dava assunto para uns mil relatos. Uma vez a coisa foi tão doida que deixei cair minha camiseta na darkroom e só fui dar por falta quando já tinha saído e estava na rua.

Visitei vários outros cinemões, grandes e pequenos, novos e velhos, mas nem todos interessam para quem quer distância de velhos babões pegajosos, gente com cara de doente e propostas indecorosas de garotos de programa. Mas tal e qual aquele, não encontrei igual.

Passaram-se os anos, me mudei, arrumei outros locais de pegação, mas fiquei com aquela saudade daquele império do sexo em todo lugar que visitava.

Então, em mais outra cidade, pesquisei na internet os locais de sexo à disposição. Não eram muitos. Recebi a indicação de um cineminha discreto e bem frequentado. Estava ocupado em horário comercial, então só pude ir conferir em uma noite qualquer. Era um lugar mais confortável do que eu imaginava, com uma galera animada mas pouco numerosa naquele horário (muitos tinham ido embora cedo, como fiquei sabendo depois).

Dos que ficaram, achei um garoto de uns 22 anos no máximo, branco, todo gostosão; parecia um militar fazendo hora extra de GP, ou um GP imitando militar, sei lá. Só sei que, naquela altura, o que ele queria era brincar muito. Encostei o garoto na parede da darkroom improvisada e o agarrei deliciosamente. Ou será que ele é que me agarrou?

Saí de lá aliviado e satisfeito depois de uma foda louca em que não deu tempo nem de perguntar o nome do parceiro. E prometi que ainda voltaria muitas vezes àquele pequeno cinemão.


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Ficha do conto

Foto Perfil confissaoerotica
confissaoerotica

Nome do conto:
No cinemão, oferecendo tudo que os gulosos curtem

Codigo do conto:
183763

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
04/08/2021

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3

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