Acho que é uma coisa que já nasceu comigo: talvez eu olhasse instintivamente para mim mesmo, minha pequenez, meus anos de formação pontuados por humilhações, e comparasse com aqueles monumentos vivos à força, ao vigor, à supremacia do braço forte sobre os blablablás da teoria oca.
Só sei que olhava para aqueles fisiculturistas nas revistas e sentia uma coisa por dentro que fazia meu coração disparar. Mas ainda não tinha noção sexual nenhuma, nem o quanto aquele sentimento marcaria minha vida na intimidade.
Mas como é que naquele tempo eu imaginaria que um dia o meu próprio corpo se tornaria objeto de desejo?
Morrendo de inveja de como meus colegas progrediam com seus corpos, só com o passar dos anos comecei a mudar meu autoconceito. Mas ainda demorou para que eu tivesse o que os marombeiros tinham: um bom método de exercícios, dedicação sustentada ao longo do tempo, boa alimentação e um grande estímulo para manter o foco e seguir em frente.
O estímulo eu tive quando descobri, ao vivo e em cores, que É VERDADE o mito do bombadão que revela entre quatro paredes o quanto é macho debaixo de outro macho.
Naquele tempo, antes da internet, o contato era por carta mesmo. Na espera entre as idas e vindas das cartas, e passando o pente fino em enroladores e curiosos, demorava muito até conseguir marcar um encontro.
Publiquei um anúncio numa revista especializada e recebi carta de Rogério, uns oito anos mais velho que eu, mulato claro, muito musculoso, jeito de macho. Em resposta, também entrei em detalhes na minha descrição, e acho que ele gostou.
Trocamos telefones. Rogério avisou que teria uma folga no meio da semana, e combinamos um encontro no centro da cidade em horário comercial.
Não me decepcionei: ele era ainda mais gostoso em pessoa.
Depois de quinze minutos de papinho numa lanchonete, combinamos de ir a um hotel "para cavalheiros" a algumas quadras dali. Eu, que já era um garotão safado, conhecia o estabelecimento. Nada de luxo, mas era bem conveniente.
Mal entramos, Rogério tirou a roupa toda. Era todo muito bombado, não definido como um modelo, mas enorme em todos os músculos. Um parque de diversões para minhas mãos e minha língua. E que bunda espetacular o cara tinha.
Quando tirei a calça, ele caiu com fome no meu pau, mantendo o delicioso jeito de macho, mas com devoção de putinha submissa.
Virou o bundão para cima e meti muito até que ele começou a gozar sem pegar no pau. Aí eu não aguentava mais: saí de dentro, tirei a camisinha e gozei no peitoral de Rogério.
Mal podia acreditar na sorte que estava tendo e no comportamento daquele machão que, se passasse na rua, não despertaria a menor suspeita.
Foi um encontro só, mas lembrei muito de Rogério anos e anos depois. Quando já tinha agarrado muitos machos musculosos em minhas aventuras.
Estava num cinemão e me peguei com um cara bem parecido com Rogério, mas com aquele jeito peculiar de pedreiro que aproveita uma folguinha na tarde de domingo (teria dado um perdido na mulher e nos filhos?) para relaxar vendo unas fodas na tela grande.
Não pude deixar de dar um trato, nem que fosse uma punheta mútua. Tinha um pau bem grosso. Mais relaxado, tirei minha camisa e deixei ele me pegar e lamber.
Mandei aquela real que vocês já conhecem de outros contos: ofereci meu pé para ele pegar (pelo menos). Deu certo. Depois foi a vez dele oferecer o pé dele para eu fazer uma massagem. Ele ficou meio com vergonha, mas deixou. Isso tudo em meio a uma punheta frenética.
Com o calor aumentando, eu o convenci a tirar a camisa também. Muito parrudão e musculoso, do jeito que eu gosto. Lambi e mordi os mamilos dele, lambi o peitoral estufado, passei os dentes nos ombros que pareciam umas bolas de boliche. E, quando cheguei com a língua no bíceps flexionado, não aguentei e gozei.
Fechei com chave de ouro uma tarde de muito prazer.
Amo cinemão.