Kennedy, branco, cabelo castanho enfiado num boné de malandro, pele cor de caramelo de quem joga muito futebol, corpo lisinho e encorpado nos lugares certos, bunda que se notava através da bermuda fina e baixa, jeito de machinho pegador da periferia.
Omar tinha vários jovens convidados naquele fim-de-semana. Depois do almoço, eu e Kennedy fomos conduzidos por Omar ao quarto de visitas para um "descanso". Kennedy deu uma disfarçada, mas a atmosfera era de pura expectativa de sexo. Enquanto jogávamos conversa fora, tirei os sapatos, desabotoei a camisa e sentei-me na cama com as costas na cabeceira. Ele se animou e veio para a cama ao meu lado, esticando para frente suas pernas grossas e firmes de moleque.
Começamos a ler uma daquelas revistinhas eróticas tiradas da gaveta. Ele achou interessante. Fui chegando mais perto dele, que foi tocando de leve o pau por cima da bermuda. Estava no papo.
Puxei Kennedy para meu lado, olhei nos olhos dele e o beijei. Que beijo! O cara podia ser bem mais jovem que eu, mas, pela boca, dava para notar que tinha uma grande quilometragem de safadeza e gostosura... Rolei por cima dele e fomos nos esfregando e nos envolvendo.
Tirei a camisa de vez e me livrei da calça, numa posição que o deixava de frente para meu caralho duro. Os olhos dele brilhavam. Levantei os braços de Kennedy e tirei a camiseta dele; ele abriu a bermuda e mostrou um pau grande e grosso que mal coube na minha boca.
Fizemos um 69 caprichado enquanto eu usava as mãos cobiçosamente. Explorava sua bunda com as mãos e enfiava um, dois, três dedos em seu cu. Estava preparando o terreno para fazer o machinho chorar no cabeção do meu pau.
Não sei de onde me surgiu na hora aquele instinto de dominador, que segui cultivando em vários graus nas minhas transas. Talvez, depois de anos de insegurança e de ser posto para baixo por todo mundo, estava agradando aos caras e mostrando potencial para conseguir todo o sexo que quisesse.
Mas minha namorada não podia saber disso.
Aquele namoro com Cássia começou de modo meio acidental: nos vimos em um evento, ela puxou papo e me chamou para um encontro. Em pouco tempo estávamos trepando legal, em motéis, cantinhos escuros ou aproveitando quando meus pais saíam, mas a coisa começou a encher meu saco quando comecei a imaginar a quantidade de oportunidades que estava perdendo por causa de uma boceta.
No tempo em que pouca gente tinha celular, e eu não tinha, era fácil dar um perdido. Disse a Cássia que passaria o fim-de-semana com a família numa casa sem telefone. Peguei o ônibus intermunicipal para o reencontro com Omar e sua turma.
E que turma! O esquema de Omar foi se revelando: Nonato, o “afilhado”, aproveitava sua boa aparência e sua influência no futebol para atrair seus colegas para o ninho de amor (era o jeito de se fazer contatos na época com rapazes pobres; nem orelhão funcionava direito). E Omar se lambuzava como a abelha-rainha do pedaço. Aquela velha história: “passe lá em casa; vamos receber uma galera para comer alguma coisa, ouvir uma música…” Pelo visto, dava muito certo para todos os envolvidos.
Quando cheguei lá e Omar me recebeu, ele estava com Nonato, Kennedy e outros dois rapazes, também muito jovens, que pareciam ser da mesma turminha. Mas, modéstia à parte, foi a minha presença que deixou piscando o cu de Omar. Paciência com moleques tem limites. Nunca soube se rolava um agrado financeiro de Omar aos rapazes, mas não duvido que eles estivessem interessados em dinheiro: sumiu uma nota grande da minha carteira, que só Kennedy poderia ter levado. Aí era tarde: quando dei por falta, já estava longe.
Mal sabia que Omar acabaria entrando pelo cano com esse tipo de parceiro. Mas antes, bem antes, rolou outra viagem minha ao encontro de Omar e de outro coroa amigo, o que relatarei no próximo conto.
Muito legais seus contos! Sou de uma geração mais jovem e acho muito legal saber como era a vida gay antes de celulares e aplicativos. Votado!