A Fila Anda

(O Corno da Feira parte 5 - Final)

O feirante parou defronte à cama e chamou a esposa. Pelo movimento do leito, percebi a Lili assustada ao despertar — e não era para menos, tadinha, eu que sou considerado o "sexo forte" estava me borrando.
— Não foi dar um trampo, princesa?
O corno deve ter ficado cismado ao vê-la nua, pois ela estava dormindo vestida quando ele saiu.
— O que tá rolando, por que está pelada? — indagou curioso, mas seu tom de voz já era de interrogatório.
Caraca! Vai dar merda, pensei, encolhidinho sob o colchão e segurando a respiração o quanto podia.
Ela teve jogo de cintura e raciocínio rápido, disse ter levantado, porém, pouco antes de entrar no banho, sentiu uma tontura e voltou a deitar. Percebendo a preocupação dele, ela o tranquilizou dizendo não ser nada de mais.
Desesperado eu rezava para ele ter vindo só para pegar algo e ir embora logo. Mas o cara tinha outras intenções, se insinuou com a intenção de dar uma rapidinha. Até sentou na cama livrando-se dos tênis. Quando começou a tirar o jeans, a Lili tirou o ânimo do homem dizendo não estar com disposição no momento, ela precisava descansar só mais um pouquinho.
— Eu vou cuidar de você, princesa, vou dar um chupão gostoso. — Você não curte meu chupão?
Ela disse sim, mas realmente não estava em condições naquele instante, salientou, e prometeu compensá-lo de noite.
— Quem sabe deixo você inaugurar meu buraquinho…
— Porra, amor! Tá ligada o quanto estou afim dessa parada, né?
— Eu sei, então comporte-se e aguarde!
— Caralho, mano, ficarei na fissura o dia todo.

Após a gravidez entrar no sexto mês, segundo a Liliane, ela parou de praticar sexo com penetração com o corno do marido, era só na base da esfregação e do oral. Só eu ainda tinha o privilégio de penetrá-la.

Ufa! Ele se vestiu e levantou da cama. Se o chifrudo aproximasse o nariz ou a boca da boceta dela, descobriria a existência de um sócio, e a recente passagem do mesmo por ali. Daí, sim, o bicho ia pegar feio.

Enfim e felizmente, ele não descobriu sobre a traição e muito menos da minha presença debaixo da cama — Claro, né? Ou você não estaria lendo isto agora —. O Geraldo veio pegar as caixas de morango que sobraram da feira anterior e havia esquecido na geladeira, segundo ele. Recomendou a ela não se levantar ainda e repousar um pouco mais. Partiu em seguida.

Quando senti segurança, saí de mansinho debaixo da cama, nos encaramos e seguramos a gargalhada de nervoso.
— Jura nunca ter praticado um anal, anjinho! — perguntei esperando ansiosamente um não, pois queria ser o cara a inaugurar aquele buraquinho.
— Você sabe que não, por isso nunca deixei você enfiar dentro.
— Mas pelo jeito, vai deixar ele enfiar hoje, né? — falei cabisbaixo e demonstrando minha total insatisfação.
— Seu bobo! Só estava tentando manter o cara longe de mim, pois estou fedendo com sua porra ainda dentro da minha boceta.
— Mas e se de noite ele insistir muito cobrando a promessa?
— Daí ele será o segundo a meter na minha bunda — disse ela abrindo a gaveta do criado mudo, pegando o gel lubrificante e jogando em minha direção.
A seguir, ficou deliciosamente de quatro na cama e olhou para mim com sua carinha mais safada ao dizer:
— Quer um convite por escrito?
Puta merda, que manhã louca da porra! Após a lubrificação, enfiei cautelosamente naquele cuzinho fazendo pausas ao ouvir seus gritos sinceros de dor.
Ao estar tudo dentro, fiz nova pausa a seu pedido. Mas quando ela começou a mexer os quadris e gemer de prazer como de costume, bombei suave só curtindo cada segundo daquele momento inédito e inesquecível.
Continuei com estocadas tranquilas e massageando seu clitóris com os dedos até o momento mágico do meu gozo quase simultâneo ao dela. Enchi seu rabinho de porra ouvindo ela dar gritinhos com seu clímax.
Ao tirar de dentro e ver seu ânus ainda aberto e vomitando meu sêmen, lamentei não estar com o celular para registrar a cena para a eternidade… Foi divino.

Meia hora depois estava em minha casa, pesquisando na internet sobre medicamentos, pois o ânus apertadinho da Lili esfolou meu pau o deixando em carne viva.

***

Dois meses passaram e certa noite a Lili sentiu um mal-estar, não era dor de parto, ainda teria três semanas pela frente. Trocamos algumas mensagens via celular durante a noite e ela parecia ter melhorado, então ela não quis preocupar o marido, pois poderia contar comigo.

Após o Geraldo sair, fui para a casa dela fazer-lhe companhia. Era só para ficar ao seu lado, em virtude de termos dado um tempo com as relações sexuais.
Notei seu estado abatido e o mesmo foi piorando com o passar dos minutos. Recomendei ligar para o marido avisando que iria para o pronto-socorro. No entanto, só dava caixa postal, o telefone do cara parecia estar desligado, segundo ela. Poderíamos criar um constrangimento e levantar suspeitas sobre nosso caso amoroso caso eu a levasse ao hospital sem avisar os familiares. Ela ligou para seus pais, os mesmos moravam em um bairro próximo e em menos de meia hora chegou um bando: pai, mãe, irmã e irmão em um Fiat Uno velhão que apagou na hora deles saírem rumo ao pronto-socorro. A lata velha não pegou mais.
A Lili pediu para o seu irmão me chamar para levá-la rápido em meu carro, pois ela não estava nada bem. Não havia necessidade de ir todo mundo; o pai e a mãe ficaram esperando na casa, os irmãos foram comigo.

Depois do atendimento a doutora disse não ser nada grave, foi medicada e ficou em observação. A irmã ficou com a Lili e eu voltei com o irmão para tentar consertar o seu carro.

Já começava a clarear o dia quando chegamos em casa e vimos carros de polícia e muito movimento no portão. Depois de nos identificarmos o investigador relatou o ocorrido. Suas palavras seriam repetidas por rádios e TVs durante todo o dia, e também pelas próximas edições dos jornais impressos.

Noticiário do dia seguinte

Feirante tenta matar grávida de 8 meses por suspeita de traição

O feirante Geraldo Firmino de 30 anos suspeitava que sua mulher Liliane Gomes de 20 anos, e grávida de oito meses, estivesse se relacionando sexualmente com outro homem.
Na madrugada do último sábado ele retornou ao lar duas horas após ter saído para o trabalho. Conforme disse seu funcionário, ele foi com a intenção de pegar sua esposa adúltera em flagrante. Segundo a polícia, ao adentrar o quarto ele visualizou um homem e deduziu ser o suposto amante dormindo em companhia de sua mulher. Intuiu que estava sendo traído em sua própria cama. Ele disparou sua arma em direção ao casal indefeso repousando no leito conjugal…

Final da nota de um jornal local:

"… Segundo informações do departamento de polícia, vizinhos ouviram vários tiros e acionaram o 190. Ao chegar ao local da ocorrência, os policiais encontraram o morador da casa (Geraldo Firmino) com o corpo tombado no chão e o tronco parcialmente apoiado no sofá da sala. O mesmo tinha uma perfuração na têmpora feita com arma de fogo. Ao seu lado havia um revólver calibre 38 e uma poça de sangue. Era um suposto suicídio. No quarto e na cama do casal, havia um homem e uma mulher, ambos de meia-idade, eles vieram a falecer após serem alvejados por vários tiros, provavelmente enquanto dormiam. O casal vitimado foi identificado como sendo os pais de Liliane Soares Firmino (esposa do suposto suicida). Segundo uma testemunha que não quis se identificar, eles não eram moradores do local, vieram prestar assistência à filha grávida e provavelmente adormeceram enquanto aguardavam o retorno da mesma, a qual foi acompanhada pelos irmãos até o hospital do Mandaqui."
O caso foi registrado no 40º Distrito Policial.

***

A Lili ficou muito abalada com a morte dos pais, entrou em contato com o proprietário para entregar a casa em que residia e foi morar com os irmãos até o dia do nascimento de Diego, um menino moreno e robusto, com os cabelos mais negros que a asa da graúna. Era a cara do pai (eu, Leon, no caso). Os irmãos constataram que tinha fundamento a desconfiança do feirante, a Liliane o traia, e pelo visto, em sua própria casa. Houve uma discussão interrompida de imediato pelas enfermeiras, haviam chamado a irmã de vadia e culparam a garota pela morte dos pais. Ela foi expulsa da casa deles.
Levei a Lili e nosso filho para morarem comigo. A senhora das cadelas, residente na casa dos fundos, fazia o sinal da cruz toda vez ao passar por nós. Ela nunca entenderia a intensidade da minha relação com a jovem, nossa ligação era puro fogo e paixão carnal.
Talvez ela entendesse e até sentisse o calor da nossa chama ardente, por isso se benzia.

***

Um ano depois

O pequeno Diego completou 1 ano e seu pai Leonardo não compareceu em sua festa organizada pela mãe Liliane. Leon se separou de Lili dois meses antes, no mesmo dia em que ele descobriu a traição de sua companheira ao bisbilhotar o celular da garota e visualizar as inúmeras mensagens trocadas por ela com outro homem. Eram declarações de amor e relatos de sacanagens que haviam sido praticadas nos últimos três meses de encontros furtivos. O suposto amante era um rapaz que trabalhava na mesma imobiliária onde Lili conseguiu emprego após Diego completar seis meses de vida.

Leonardo retornou ao México uma semana após separar-se da companheira. Considerou a hipótese da mãe do seu filho ser mais útil viva, pois alguém precisava cuidar do menino. No entanto, a data coincidia com o misterioso desaparecimento do garotão da imobiliária, o amante da Liliane sumiu sem levar nenhum pertence e sem deixar o menor vestígio.

Quando Dieguinho completou um ano e meio, ele ganhou uma meia irmãzinha, fruto do último adultério praticado por Liliane, sua mãe. Quanto ao pai da menina (o garoto da imobiliária), seu paradeiro continuava um mistério, não havia nenhuma evidência a respeito dele.
Leon, por sua vez, continuava no México, invisível e monitorando a mãe do seu filho pelas redes sociais.

Fim

Foto 1 do Conto erotico: A Fila Anda

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Ficha do conto

Foto Perfil kmilinha
kmilinhaeseudiario

Nome do conto:
A Fila Anda

Codigo do conto:
212318

Categoria:
Traição/Corno

Data da Publicação:
02/04/2024

Quant.de Votos:
6

Quant.de Fotos:
2