O Corno e o Nordestino

(Parte 7)
Semanas antes do golpe.

Rocha (o Nordestino) estava em seu trabalho de segurança e pensava na burrada feita quando era policial civil em São Paulo — ele foi exonerado por praticar extorsão. Não estava arrependido dos seus atos ilegais, mas, sim, por não aproveitar melhor as oportunidades para conseguir uma grana suficiente para lhe dar estabilidade financeira. Perdeu tempo extorquindo migalhas de pequenos comerciantes, cafetões, prostitutas e ladrões de galinha. Gastou tudo tão rápido quanto conseguiu subtrair bancando mulheres em noitadas acima do seu padrão.
O seu nome verdadeiro era Tenório, estava beirando os 45 anos. Também por dinheiro fez vários trabalhos avulsos infringindo a lei a mando de uma elite da região. Após sair da polícia não foi difícil conseguir uma colocação como segurança em uma mansão de um industrial estabelecido na cidade de São Paulo.
O empresário viajava a negócios com muita frequência, enquanto isso o ex-policial permanecia na residência fazendo a segurança dos demais familiares, principalmente da patroa, era a pessoa mais carente naquela residência. Logo nos primeiros dias de trabalho ele presenciou os porres dela e seus queixumes de abandono durante a ausência do marido. Apesar da embriaguez constante, a mulher continuava vaidosa e feminina, possuía a leveza de uma modelo, mesmo sem ser magra. Era encantadora com sua constituição mais robusta, de barriguinha charmosa, quadris avantajados e um bumbum arredondado agraciado por Deus. Uma mulher madura e graciosa, com quarenta anos recém completados. No entanto, era triste, tentava preencher com álcool o vazio do seu coração e de sua vida conjugal.
O ex-policial não conseguia entender como alguém poderia deixar uma joia rara como aquela, sozinha dia após dia. Ele foi além em sua função de segurança, passou a ser ouvinte e parceiro de copo da mulher em suas noites solitárias.
As conversas descontraídas do início, ficaram íntimas mais adiante, levaram ao desejo e a primeira oportunidade de contato físico poderia acontecer numa noite de sábado, quando o casal de filhos adolescentes não estavam presentes, eles dormiriam na casa dos avós paternos.
Era quase meia-noite, só o Nordestino e outro segurança circulavam na área externa. A mulher surgiu na varanda do seu quarto no piso superior e defronte para a piscina. Estava vestida com um robe levíssimo de renda negra. A silhueta delimitada pela iluminação proveniente do dormitório, exibia com perfeição suas formas sensuais e as proporções de um corpo feminino perfeito. Seus cabelos escuros de corte repicado, deixados propositalmente bagunçados, lhe davam um toque sexy e selvagem. O Nordestino parou a sua ronda para apreciar o monumento de mulher à sua frente. Ela fez um movimento com o dedo indicador, era o sinal combinado horas antes para ele subir sem chamar atenção e entrar sem bater.

Ela o recebeu em seus aposentos com uma taça de champanhe em cada uma das mãos. O homem continuou parado rente à porta após fechá-la, e ficou apreciando a beleza da patroa. A seminudez causou-lhe desejos incontidos de tê-la imediatamente em seus braços. Ela ofereceu-lhe a bebida, brindaram ao encontro proibido e iniciaram as carícias com beijos carregados de tesão. Tudo já fora dito nos últimos dias, faltava somente a fusão dos corpos, e estava prestes a acontecer.

Uma transa meio adolescente iniciou-se com eles ainda em pé, ela tirou a calcinha e recebeu o Nordestino entre suas pernas. Com a pressa de um colegial, o homem apenas baixou calça e cueca, salivou seu membro ereto com a mão e roçou a vagina umedecida da parceira iniciando a penetração. O contato íntimo iniciado sem preservativos quando fundiram seus sexos pela primeira vez, foi um instante de satisfação imensa. Ao iniciarem o movimento frenético balançando o móvel de madeira em que estavam escorados, o prazer cresceu de maneira acelerada fazendo explodir o primeiro instante de magia que chegou rápido e intenso em razão do desejo acumulado por dias à espera desse momento.
Sem desfazer a fusão genital, ele a pegou nos braços e se acomodaram na cama. No leito conjugal eles continuaram a transar como maníacos e sem pausa até perderem o fôlego.

Após estarem satisfeitos e extenuados, ficaram deitados lado a lado, cada um envolto em seus pensamentos. Os corações não batiam e, sim, espancavam loucamente seus peitos. Tesão e adrenalina de uma situação de risco, combinação perfeita para o deleite.
A mulher sentiu duplo prazer em poder dar o troco no marido, sem o menor sentimento de culpa em o trair no próprio colchão do casal.

Uma semana depois os amantes mantinham uma proximidade não recomendada pelo bom senso; as conversas eram carregadas de intimidade, rolavam carícias e beijos furtivos, todavia, os amassos rápidos já não satisfaziam e ainda aumentavam o desejo. Esperavam ansiosos uma nova oportunidade de transarem loucamente até a satisfação completa.

Durante os momentos de cumplicidade e romance às escondidas, a patroa revelou ao amante que tinha conhecimento a respeito das viagens comerciais de seu marido, eram negócios escusos envolvendo políticos em sua maioria. Ela também desconfiava que entre um trabalho e outro do empresário, rolava muita putaria sigilosa praticada apenas com a elite dos seus amigos pervertidos, e com a participação de muitas prostitutas, evidente.
O segurança ficou interessado nos negócios escusos, mas ela não tinha os detalhes das falcatruas do seu esposo, mas tinha a certeza de ter milhões em dinheiro envolvidos na história.

Em mais uma noite de confidências após uns drinks, a patroa falou sobre uma viagem do empresário para a cidade de Campinas. Dessa vez, devido às circunstâncias, ela estava animada com a futura ausência do seu companheiro, teria a possibilidade de ficar com o amante. Disse ter ouvido o esposo conversando com um colega de negócios à beira da piscina, sem notarem a sua presença. Tratava-se de uma soma alta em dólares que ele entregaria pessoalmente a um político.

Tenório, após extrair tudo o que a mulher sabia, investigou sobre o assunto e ficou a par dos detalhes da viagem do patrão. Seria sua chance de fazer um bom pé de meia caso desse um golpe no milionário e metesse a mão na grana. Precisaria conseguir um ou dois comparsas descartáveis, pois não tinha a intenção de dividir o dinheiro e nem pretendia deixar testemunhas ou provas para incriminá-lo.
Após tomar posse do dinheiro e dar um fim nos comparsas, voltaria normalmente à casa do industrial e faria seu trabalho por um período suficiente para não levantar suspeitas. Posteriormente sairia do emprego e do estado carregando consigo o produto do roubo.

Tempo presente, pós-furto do Audi

O plano do Nordestino obteve um sucesso parcial. Logo após fugir com o dinheiro e ocultá-lo, Tenório continuou trabalhando como segurança na residência do industrial e manteve sua relação íntima com a patroa, porém, o desfecho do negócio em Campinas não havia saído como planejou, o concierge e a garota continuavam vivos e, mesmo os dois não tendo conhecimento de como localizá-lo, seriam um perigo constante. Precisaria aparar as arestas antes que fosse tarde demais.

Continua…

Foto 1 do Conto erotico: O Corno e o Nordestino

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Ficha do conto

Foto Perfil kmilinha
kmilinhaeseudiario

Nome do conto:
O Corno e o Nordestino

Codigo do conto:
212957

Categoria:
Traição/Corno

Data da Publicação:
24/04/2024

Quant.de Votos:
3

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