— Sabe, sempre ouvi, li e minhas amigas também sempre falaram que a primeira vez é horrível... Só que eu adorei! Acho que foi porque nos amamos!
Eu ainda estava ofegante e não respondi, apenas me virei para o lado dela.
— Beto, você acabou com a minha pepeka. Olha como tá toda vermelhinha!! Você judiou de mim! E eu adorei!
Ela foi se levantando e falando afobadamente. Parecia uma metralhadora:
— Eu to faminta! Vamos comer alguma coisa? Depois a gente toma um banho! Eu já vou deixar enchendo a jacuzzi do quarto dos meus pais. Vamos, me ajuda a tirar esses lençóis, já vou deixar lá em baixo na lavanderia...
Sentei na cama e calmamente comecei a beijar os seus seios.
— Para Beto! Temos muito tempo ainda. Vamos comer e depois relaxar na banheira.
— Sério! Vamos usar a banheira do quarto dos seus pais!
— Claro, já falei. Eu adoro relaxar na jacuzzi quando eles não estão! Não vai ter problema de eles desconfiarem de nada. E temos muito tempo.
Chegando perto meu ouvido ela disse baixinho, quase como um segredo:
— Eu ainda quero te chupar muito mais.
Ela juntou toda a roupa de cama, jogou nos meus braços e colocou outra no lugar. Fomos para a cozinha e no caminho ela entrou no quarto de seus pais e colocou a banheira para encher. Jogamos a roupa de cama em um cesto, na lavanderia e fomos procurar algo para comer.
Achamos cinco croissants na geladeira e pegamos também um vidro de suco de uva. Ficamos ali um bom tempo, comendo, rindo e conversando. Cada um enrolado em uma toalha.
Depois fomos para a banheira e tomamos um belo banho, com direito a muitos beijos, amassos e mãos bobas. Rimos muito, brincamos e molhamos o banheiro todo. Até que ela deitou sobre o meu corpo e começamos e a nos esfregar e nos beijar. Daí o negócio esquentou. Até que ela, já bem ofegante, me olhou com cara de pidona e falou:
— Vamos voltar pro meu quarto.
Concordei e voltamos para o quarto da Amália.
A deitei na cama e nos beijamos. Comecei a beijar o seu rosto, desci para os seios e ela falou, na mesma hora que colocava uma das mãos na frente de sua xoxotinha:
— Aqui não, tá bom?! É que tá muito sensível.
Olhei bem no rosto dela, dei um sorriso e falei:
— Sobrou muita coisa pra beijar. E eu vou aproveitar tudinho!
Beijei e lambi todo aquele corpo da cabeça aos pés. Aquela ninfetinha era deliciosa! Levantei seu pé esquerdo e dei uma mordidinha no dedão. Ela sorriu e gritou:
— Socorro!!! Um canibal quer me comer!!
E gargalhando, me empurrou com o outro pé e se virou de bruços na cama, para tentar fugir.
Fui mais rápido e segurei suas duas pernas. Abaixei-me e dei uma mordidinha em sua bunda. Ela gemeu gostoso. Continuei subindo e dei outra mordidinha de leve em sua nuca. Ela virou o rosto para o lado e me implorou, gemendo:
— Enfia esse pau na minha boca!
Ela se virou, de barriga para cima, me ajoelhei do lado de sua cabeça e ela começou a mamar desesperadamente. Aproveitei para acariciar seus peitinhos e apertar os biquinhos.
Desci a mão e passei a massagear seu grelinho, bem de leve, fazendo movimentos circulares com o meu dedo indicador.
Não demorou muito para ela gozar, gemendo baixinho e parando de mamar, mas ainda agarrada no meu pau. Fiz a menção de sair para deitar ao lado dela e ela apertou mais o meu pau.
— Ainda não terminei. Eu quero que você goze encima dos meus peitinhos! Só deixa eu me recuperar um pouquinho.
— Eu só quero saber de onde minha namorada anda tirando essas idéias. Temos que conversar sério sobre isso!
— Ela voltou a mamar e me apunhetar, até que, como ela queria, acabei gozando naqueles lindos peitinhos.
Ainda tomamos um demorado banho juntos, conversamos muito e acabei indo para casa quase oito horas da noite.
No domingo conversamos por horas por telefone e ainda demos uma namoradinha antes da missa.
Na segunda-feira ela ligou umas três vezes para a farmácia, só para conversar comigo. À noite nos encontramos na aula e foi muito legal os nossos olhares de cumplicidade. Ficamos juntos testando os limites aceitáveis pelos professores e pelos inspetores na hora do recreio.
Na terça-feira meu tio Zezinho me ligou:
— Betão, hoje a tarde tem como me dar uma ajuda?
— Claro tio! O que tá pegando?
— Rapaz, ontem passei o dia todo numa casa, fazendo serviço elétrico. O eletricista fez uma merda e sumiu. Daí na semana que vem eles vão fazer uma festa lá e estão desesperados.
Pode ser tio. Há que hora vamos?
— Eu já fiz quase tudo. É só uma parte que vai precisar de duas pessoas para finalizar. Eu to adiantando meu trabalho aqui em um serviço na prefeitura e depois do almoço nós vamos. Vou falar para a Joana e você almoça com a gente.
— Tá bom eu tava querendo mesmo pegar umas fitas com o senhor.
Acho que ainda não havia comentado, mais o meu tio Zezinho, o irmão mais novo do meu pai, foi a “netflix” a “amazon prime vídeo” e o “star+” de grande parte da minha infância e juventude. Ele tinha umas 1000 fitas de VHS, com gravações de jogos da NBA e NFL, dos anos 80, 90 e 2000, além de alguns outros jogos de basquete de seleções. Além disso, ele tinha mais umas 1500 fitas com séries e filmes americanos. Tudo em inglês e muitos deles inéditos no Brasil. Ele também tinha uns 12 tubos, cada um com 100 DVDs, com filmes, séries e jogos gravados. Tudo isso armazenado em um quartinho com a temperatura e umidade controladas.
Nunca soube ao certo de onde veio tudo isso. Sempre que eu perguntava, ele contava uma história diferente. Nem seus filhos sabiam ao certo. Seus filhos, o Lucas e a Laura (meus primos) me falaram que ele sempre recebia esse material pelos correios. O que tenho certeza é que muito da minha fluência no inglês e minha paixão por esses esportes americanos veio dessas fitas que eu sempre pegava com meu tio e assistia. Desde os meus 11 anos eu pegava com ele semanalmente umas três ou quatro fitas. Todas elas cuidadosamente pirateadas de canais americanos. Outra coisa que eu amava da casa desse meu tio eram os livros da minha tia. A tia Joana tinha uns 200 livros antigos, de sua juventude, quase todos de ficção: eram livros de romance e aventura e ela sempre me emprestava. Através da biblioteca dela li vários livros do Júlio Verne, do Isaac Asimov, do Michael Crichton, da Agatha Christie do Irving Wallace e do Sidney Sheldon. Também lia os livros de enfermagem da minha mãe e os de contabilidade do meu pai. Nunca gostei de livro de auto ajuda. Da forma como eu me conheço, seria mais fácil eu escrever um livro desse tipo do que seguir o que alguém, que não está no meu lugar, me manda fazer, mesmo porque eu sempre fui questionador. Gosto de livros que também questionam o mundo e pesquisam soluções (recentemente terminei de lei o livro “Princípios para a ordem mundial em transformação: Porque as nações prosperam e fracassa”, que achei excelente para entender como a ordem econômica mundial está evoluindo e a reação das nações tradicionais frente à evolução política e econômica dos países em desenvolvimento).
Almocei com meus tios e escolhi algumas fitas para ver depois. Minha prima só chegou quando estávamos saindo. Sempre achei a Laura muito linda. Ela é muito simpática e sorridente e ficamos muito mais próximos depois que o Lucas foi estudar fora. Ela é um ano mais velha que eu, branquinha, de olhos castanhos claros e tem umas poucas sardinhas sensuais no rosto e nariz. Eu sou muito suspeito para falar da Laura, pois apesar de ser minha prima, foi a primeira menina por quem me interessei. Ela é aquela gostosa natural, e nisso puxou a minha tia, que é aquela falsa magra, com o corpo em formato de pêra, cheio de curvas, cinturinha fina e um par de seios durinhos e médios. O formato do rosto ela puxou para o lado da família do meu pai, tanto que muitas pessoas perguntam se eu e ela somos irmãos, de tão parecidos que somos. Porém o que mais me atrai nela é a sua alegria de viver e seus gestos e atitudes no nosso dia a dia. Só de olhar em seus olhos e ver a quantidade de vida que eles emitem já me renova para a semana toda. Também adoro seu jeito meigo e seu sorriso tímido, quando é elogiada ou quando perguntam se somos namorados. Sempre senti uma atração por ela, só que ela era minha prima e eu era tímido para tentar alguma coisa.
Realmente aquela menina independente e decidida mexe comigo. A única coisa que sempre impediu que eu desse encima dela foi o fato de ela ser minha prima e nos darmos tão bem do jeito que estávamos.
Lembro-me que aos sábados eu sempre ajudava o meu tio na manutenção da caminhonete e a Laura ficava do lado nos observando. Eu adorava essas “aulas de mecânica” do tio Zezinho, eu era muito interessado, ouvia tudo, perguntava e pesquisava sobre todas as dúvidas que surgiam.
Demos um abraço gostoso e combinamos de tentar conversar na escola. Estávamos estudando na mesma escola (ela estava no segundo ano), mas quase não nos víamos, por causa dos horários que não batiam.
Fui com meu tio e chegamos em um casarão lindo no bairro de Pio Corrêa, próximo ao SESC e, para minha surpresa, fomos recebidos pela mãe da Amália. Levei um baita susto. Adoro a Amália, mais aquela mãe dela tem uma cara de nojo, que aparenta ser uma mal amada de primeira.
Entrando na casa já ouvi a voz da Amália e, logo que me viu ela veio correndo e meu um abraço.
— Que surpresa! Você é a última pessoa que eu esperava ver aqui!
Vocês nem imaginam a cara feia que velha estava.
Sim, só fazendo um parênteses, eu to chamando a mãe da Amália de velha porque não estou me lembrando do nome dela. Juro que já tentei e não consegui me lembrar. O pai dela se chamava Otávio só que o nome da mãe eu não me recordo. Então continuarei a chamá-la de velha nojenta ou velha bruxa.
— Mãe, deixa eu aproveitar a oportunidade e te apresentar o Beto... É dele que eu tinha falado para a senhora, que estuda comigo e a gente tá se gostando.
A velha me olhou dos pés à cabeça com cara mais de ódio ainda, como alguém arrogante que está subestimando outra pessoa. Estendi a mão para cumprimentá-la e ela me ignorou. Pegou no braço da Amália e saiu puxando a menina para dentro de casa.
— Vamos filha, temos que conversar.
Olhei assustando para meu tio, que falou para irmos logo começar o trabalho. Ainda consegui ouvir elas discutindo e logo em seguida as duas foram embora, ambas com cara de poucos amigos e sem se despedir de ninguém.
O que era para ser um trabalho rápido acabou evoluindo e acabamos quase cinco horas da tarde. Cheguei em casa e mal deu tempo de tomar um banho, trocar de roupa e ir para a escola.
Acho que eu já nasci velho. Eu sempre fui responsável e meio adulto, cresci e amadureci rápido demais. Lá em casa nós nunca passamos dificuldades, mas tudo era contadinho. Então, de tanto ouvir que meus pais não tinham dinheiro, quando eu pedia alguma coisa para eles, eu acabei decidindo ir trabalhar muito cedo. Com 11 anos o meu primeiro trabalho foi de entregar marmitas na delegacia. Quem fazia essas entregas era o Henrique, filho da Josefa, só que ele caiu da bicicleta e se machucou, então eu fiquei uns três meses fazendo essas entregas. O bom era que eu já conhecia quase todo mundo lá, pois o marido da minha tia era investigador, trabalhava lá e havia se aposentado há pouco tempo. Aos 12 anos eu já ia para a porta do estádio, nos finais de semana, para vender bebidas. Só não me julguem, pois eu não estava fazendo nada ilegal. O dinheiro que eu ganhava servia para que eu comprasse um sorvete ou um lanche para comer na praça, aos domingos, depois da missa, ou para pagar a passagem de ônibus, quando ia para a natação. Eu dava o dinheiro que sobrava para os meus pais. Meu tio Zezinho achava que esse meu trabalho era perigoso e me convidou para trabalhar com ele e quando fiz 14 anos o meu tio Ângelo assinou a minha carteira para que eu trabalhasse de atendente na farmácia dele. Mesmo assim às vezes eu ainda ajudava o meu tio Zezinho em alguns de seus trabalhos e na época de declaração de imposto de renda eu também ajudava o meu pai em seu modesto escritório de contabilidade.
Eu nunca tive medo ou vergonha de trabalhar e sabia que, vindo de uma família pobre, era através do trabalho e do estudo que eu poderia no futuro tentar ser alguém na vida.
Cheguei na sala de aula, dei um abraço no Bidu e logo encontrei a Amália conversando com a Lia. E ela veio conversar comigo:
— Você desculpa a minha mãe! Ela não é chata assim sempre. É que ela me protege muito. Chega a ser insuportável.
— Ela foi mal educada!
A Amália deu uma gargalhada.
— Pois é, você definiu bem o negócio de agora a pouco. Poxa, nós discutimos muito... Eu sou filha única e ela já tem a minha vida toda planejada, inclusive com o perfil de quem eu devo me relacionar... Bem, ela não entende que sou eu que vou namorar e que gosto de você.
— Poxa querida, que chato.
— Ela ficou furiosa mesmo depois que contei tudo sobre a gente. Contei que não sou mais o bebezinho dela, que ela escolhia até as minhas roupas. Tive que contar até que já fizemos amor... e ela ficou furiosa.
Ela me olhou com a cara triste e continuou.
— Não vamos mais pensar nisso. Juntos nós podemos enfrentar isso tudo.
Nisso tocou a campainha e fomos assistir a nossa aula.
No outro dia fui conversar com a Diana. Contei iria começar a namorar a Amália e que não me sentiria confortável que continuássemos a transar. A Diana foi super legal, me deu os parabéns e falou que agora as aulas que ela me deu iriam fazer a diferença. Falou ainda que eu não podia deixar de ir no primeiro aniversário de sua filhinha, que seria sábado. Claro que concordei. Falei que tentaria levar a Amália para elas se conhecerem e nos abraçamos.
No dia seguinte, foi minha quinta-feira negra. Cheguei cedo à escola e a Amália já me esperava no portão de entrada, com a cara bem fechada. Fui sorrindo para lhe dar um beijo, mas ela me empurrou e começou a me xingar.
— Puta que o pariu Beto, você é um filho da puta.... nunca mais quero te ver!
Ela começou a chorar e eu fiquei sem entender nada.
— Nossa, o que foi que eu fiz? Porque você tá assim?
— Você é um cínico, e sabe muito bem o que fez. Poxa, não esperava isso de você...
Vendo ela chorar, me aproximei para abraçá-la, mais ela me empurrou novamente.
— Sai daqui, já disse que você não presta!
— Tá bom Amália. Não chora meu amor! Eu, eu... eu juro que não sei o que fiz de errado!
— Agora tá com amnésia. Cara, você foi tentar isso justo com uma amiga minha.
— Tentar o que? Eu nunca fiz isso... eu sempre respeitei...
— Cala a boca, eu te odeio...
Falando isso ela saiu em disparada. Tentei segui-la, mais ela se virou e gritou:
— Sai daqui! Não me segue!
Eu fiquei se entender nada. Entrei na escola preocupado e tentando imaginar se poderia ter acontecido algum mal entendido que pudesse a levar a isso.
A fofoca chegou antes de mim na sala de aula e todo mundo já estava sabendo. Conversei com todas as amigas dela e ninguém sabia de nada. A Lia, sua melhor amiga, me disse que tentaria conversar com ela ainda naquele dia. Eu tentei várias vezes ligar para ela, mas não tive sucesso.
Dormi muito mal naquela noite e no outro dia logo de manhã tentei ligar várias vezes para a Amália e ela não atendeu. Quando saí para o almoço liguei para a Lia.
— Oi Lia, você conseguiu falar com a Amália?
— Falei, mas ela tá irredutível e não quer mais nada contigo...
— Só que eu não sei o que fiz de errado. Ela falou algo sobre uma amiga, só que eu não fiz nada. Eu te juro que não sei do que ela tá falando.
— Ela tá muito abalada... e me disse que uma amiga falou que foi assediada por você e tem testemunha disso...
— Nossa Lia, eu juro para você que nunca fiz isso.
— Eu tô chegando agora na casa dela. Vamos ver se ela te ouve, tá bom?
— Eu agradeço Lia. Eu quero muito desmentir isso!
— Tá bom Beto. Depois a gente se fala. Tchau.
Mais tarde a Lia me ligou, dizendo que a noite a Amália conversaria comigo.
Cheguei na sala de aula antes dela e fui me sentar na minha carteira. Ela chegou logo em seguida e, ao invés de sentar ao meu lado, foi sentar na frente, perto da mesa do professor.
Fui até ela, antes que o professor chegasse. Ela me olhou e falou secamente:
— Depois da aula a gente conversa. Até lá finge que não estou aqui.
Voltei muito triste para a minha carteira. Nesse dia fiquei totalmente introspectivo, perdido em meus pensamentos. Não saí nem nos intervalos das aulas.
Quando terminou a aula fui esperar a Amália na saída.
Ela veio acompanhada da Lia e de outra amiga, a Bernadete.
Ao me ver ela pediu para as meninas esperarem e nos afastamos para conversar.
Ela cruzou os braços e foi falando:
— Não sei o que você quer conversar? Acabou tudo! Eu não quero ficar com um moleque...
— Poxa, parece que você tá me pregando uma peça. Sério, eu não fiz nada do que você tá me acusando. Me coloca na frente dessa menina que eu desminto tudo...
— Não adianta! Tem testemunha...
— É tudo mentira. Eu não fiz nada disso. Quem é que me acusou? Quem é essa testemunha?
— Não vem ao caso! Eu acredito nelas. Não quero mais nada com você!
— Não fala assim...
— Não quero nem mais te ver na minha frente...
Daí eu falei mais alto, quase gritando:
— Não é justo! Isso tudo é uma mentira!
Ela começou a chorar, mais completou:
— Eu devia ter escutado a minha mãe e achado alguém do meu nível e não um moleque... – e continuou falando. Nessa hora acho que meu cérebro desligou e eu só me lembro de algumas partes, como quando ela disse algo da minha família, que eu era lascado e que não teria futuro.
Juro que eu não estava acreditando no que ela estava falando. Eu via os lábios dela se mexendo, mais imaginava aquelas palavras como vindo da mãe dela. Para mim era aquela bruxa velha destilando seu veneno. Eu tinha certeza que tinha o dedo dela ali.
No final eu, já cabisbaixo, só falei:
— Vou respeitar sua vontade. Pode deixar que nunca mais falo contigo. Só queria dizer duas coisas: que se você não quisesse mais nada comigo era só falar e não precisava inventar essa mentira toda...
Ela me olhou com uma cara mais feita do que estava e fez menção de dizer algo, mais eu continuei:
— Pois eu te juro por tudo quanto é mais sagrado que eu sou inocente nessa história. E também queria dizer que vou torcer para você encontrar essa pessoa que você idealizou e que seja feliz...
Nessa hora eu não consegui mais segurar as lágrimas, me virei e fui embora sem nem me despedir.
O Bidu estava me esperando na esquina e foi logo perguntado:
— Pela cara vocês não se acertaram.
— Pois é, meu amigo. Acabou tudo! Jogaram muita mentira na cabeça dela e ela acreditou em tudo.
— Não fica assim, cara. Eu vou apurar certinho tudo o que aconteceu...
— Não, Fábio, não faz isso não! Ela me falou tanta besteira que agora eu é que não quero mais nada com ela!
— Pois eu vou ver isso, quer você queira ou não!
Eu apenas fiquei calado. Não estava a fim de conversar. E fui para casa em silencio, sem dizer mais nenhuma palavra.
Cheguei em casa e fui direto para o quarto. Nesse dia eu chorei muito. Realmente não entrava na minha cabeça com tinha ido do céu a inferno em menos de uma semana. Sábado passado tinha sido um dia maravilhoso, no qual nos entregamos de corpo e alma. E agora esse rompimento, fruto de uma grande mentira e da decisão da Amália de sequer me dar uma chance de que eu me defendesse. Poxa, se ela realmente sentia algo por mim, deveria no mínino ouvir todos os envolvidos e, até fazer uma acareação.
Eu faria isso. Se fosse ao contrário, colocaria todos numa sala e veria quem estava mentindo.
Nessa noite demorei muito para dormir e quando consegui tive um sono muito agitado, com muitos pesadelos.