SERÁ QUE TUDO ESTÁ ESCRITO NAS ESTRELAS? Capítulo 39
No dia seguinte acordamos meio tarde, o dia estava lindo e a Manú pediu para levá-la para um passeio na orla da praia de Pajuçara. Colocamos a roupa de banho e fomos. Era uma sexta-feira e a praia estava bem vazia. Aproveitamos para caminhar pela orla, tirando fotos, a Manú comprou algumas lembrancinhas e ficou quase o tempo todo agarrada no meu braço. Juro que eu me senti o tal, desfilando do lado daquela mulher linda e sob os olhares de inveja e admiração de vários homens que cruzamos pelo caminho. Assim chegamos até a praia de Ponta Verde. A programação que fiz era de almoçar nas redondezas e então ir para passar o resto do dia na praia de Guaxuma. Só que a Manú me disse que queria comer um peixe, no quiosque que a levei da vez anterior (quando ela veio com o Fábio), e que ficava próximo ao meu apartamento antigo. Esse era o quiosque que eu frequentava rotineiramente quando mora lá próximo. Já era quase meio dia e pensei que meus amigos do dominó já deveriam estar lá jogando e fazia muito tempo que não os via, então aceitei a sugestão da Manú. Não estávamos muito longe do quiosque, só que eu havia estacionado o carro na outra ponta da praia, bem próximo ao Memorial Teutônio Vilela, então voltei para pegar o carro e a Manú continuou caminhando pela orla até o quiosque. Consegui estacionar bem próximo ao quiosque e vi que a Manú já estava lá, sentada no balcão, meio de costas para mim e que teria que passar pelo quiosquezinho do dominó antes de chegar nela. Já tinham umas sete pessoas lá jogando (lá jogávamos em dupla, então havia uma dupla fora mais um) e eu conhecia todos eles. Quando eles me viram foi uma festa. Uns falaram que eu tinha cansado de perder para eles, outros perguntaram se eu havia ficado rico e esquecido dos amigos. Depois disseram que haviam ficado sabendo e lamentaram o meu divórcio. Conversei rapidamente, me convidaram para completar mais uma dupla, porém eu disse que já tinha outro compromisso e prometi que voltaria em breve para botar a fofoca em dia. E teve uma hora que um deles apontou para a Manú e disse: “— É por aquilo que eu venho para a praia e não para ver esse monte de velho gagá”. Rimos e um outro me falou: “— Aquilo ali que é bom para esquecer a sua ex... por uma mulher daquela até o pinto aposentado do Jeremias volta a funcionar”. E outro ainda completou “— Pra gente sair com uma princesa daquela, só metendo a mão no bolso e gastando uma fortuna”. Então tive uma idéia e falei: — Olha, por cinquenta pontos de vantagem nas próximas vinte partidas de dominó que eu disputar aqui com vocês eu chego nessa menina e em menos de cinco minutos abraço e beijo ela. (a pontuação deles no dominó é totalmente diferente da forma que eu jogava quando morava no sul, só não vou explicar para não chatear vocês). Ouvi uns “não acredito”, “só pode” e um me perguntando o que eu faria se eu não conseguisse. — Se eu não conseguir, as próximas vinte partidas eu começo perdendo por cinquenta pontos. Sei que ninguém vai querer fazer dupla comigo, mas é a vida... Acabou que eles concordaram. A Manú continuava sentada lá, tomando sua água de coco, de sandália, usando a mesma bermudinha do dia anterior, uma camiseta amarela e com uma bolsa do lado. Não estava mostrando nada de mais, só que o conjunto da obra era maravilhoso. Cheguei do lado dela, me sentei, cumprimentei o atendente, que também fez uma festa enorme pela minha presença, pedi uma água de coco. Comecei a conversar com a Manú, e falei para ela: — Agora você vai me ajudar a ganhar uma aposta. — Como assim? — Não olha agora, mas apostei com os meus amigos ali atrás que daria um beijo e um abraço na princesa que estava sozinha no quiosque. — E essa princesa sou eu, né? Ela levantou um pouco os óculos escuros, de forma que deu para ver seus olhos maravilhosos e então piscou para mim, sorriu e continuou: — E o que eu ganho com isso? Aquele sorriso de moleca era ao mesmo tempo inocente e tremendamente sensual. — Poxa Manú, o que você quer? — Metade! — Apostamos uma pontuação no jogo... — Então eu jogo no seu time. — É um jogo de dupla... — Então eu vou ser a sua dupla... foi só um beijo e um abraço que vocês apostaram!? Nem consegui responder, ela se levantou, me abraçou sensualmente e me deu um selinho bem rápido, depois me abraçou de novo, dessa vez bem apertado e cochichou no meu ouvido: — Agora você tem uma parceira para sempre... Voltamos a nos sentar e fizemos o pedido da refeição. Como estimaram que a refeição sairia em uns 30 minutos a Manú me falou que iria dar um mergulho. Ela se levantou e nesse momento eu ouço uma voz feminina gritar o meu nome. Me viro e dou de cara com a Fernanda, toda suada e suja de areia, com o cabelo amarrado em forma de rabo um de cavalo e com a roupa que costumava usar quando ia jogar vôlei. Eu não acreditava que a Fernanda continuava jogando ali naquelas quadras. E ainda que ela continuasse jogando, não imaginava que ela estaria ali em um dia de semana, em que ela deveria estar estudando. A sua expressão era de fúria e ela não perdeu tempo e foi logo metralhando: — Que bonito Beto, desde quando você está saindo com a irmã da Manú? Devia estar de olho nela desde o casamento... Eu não estava acreditando que a Fernanda confundiu a Manú com a Fabíola e estava querendo me cobrar algo e daquele jeito. Eu já ia mandar ela para o quinto dos infernos quando a Manú, que estava de pé ao meu lado, falou calmamente: — Fernanda, não está me reconhecendo? EU SOU A MANÚ e não a Fabíola. A Fernanda parou de falar, olhou para ela com olhar de espanto e ainda ficou um tempo processando até falar: — Manú!!! É você mesma?! Que saudades... Foi e abraçou a Manú, depois começou a olhar para os lados, como que procurando alguma coisa. E foi falando: — Há quanto tempo vocês chegaram? Cadê o Fábio? A Manú respondeu calma e pausadamente: — O Fábio não está aqui... Acabamos nos separando. — Separando! Como assim? — Não deu certo... Igual ao seu casamento com o Beto. Vocês se divorciaram, né? A Fernanda fez cara de assustada e até tremeu um pouco a boca antes de perguntar: — Vôoo... vôooo... Eeee vocês estão juntos? — Só como amigos! Da outra vez eu amei tudo aqui! E daquela vez vim tão correndo que resolvi voltar... O Beto me recebeu na casa dele e está me mostrando a cidade. — Beto, seu safado! Tá querendo pegar a mulher do seu melhor amigo! Daí eu explodi: — Vai pastar Fernanda. Eu não devo explicação nenhuma para você. E vê se some da minha frente! Ela se assustou com a minha reação, olhou para a Manú e ainda falou antes de sair resmungando: — Isso não vai ficar assim. Vou ligar hoje mesmo para o Fábio e contar tudo que vi... Ela foi para uma mesa, debaixo de um guarda-sol, no qual que já estavam umas cinco mulheres, das quais algumas eu já conhecia e eram suas companheiras do vôlei. A Manú virou para mim e falou: — Ela está surtada! De duas uma, ou está fora da realidade pensando que você ainda deve alguma explicação para ela ou ficou com ciúmes porque ainda tem sentimentos por você e intenção de reatar. — Credo. Eu não volto com ela nem que ela fosse a última mulher do mundo. A Manú riu e falou: — Acho que nem vou mais dar o mergulho, pois assim que eu sair ela vai voltar aqui. Ela tá sentada bem na minha frente e dá para ver a fúria nos olhos dela. — Pode ir, que eu já sou grandinho e sei me defender. — Então, nesse caso, vou pedir para que você passe protetor solar nas minhas costas. — Você é má! Se for ciúmes ela vem aqui te bater. A Manú gargalhou e respondeu: — Eu já sou grandinha e sei me defender. Nessa hora fui eu que ri. Ela foi tirando a roupa até ficar só de biquíni, eu ia escrever que era o seu biquíni mais discreto, só que não tem como aquela mulher ser discreta, então penas posso dizer que era o biquíni maior. E como aquele biquíni valorizava seu corpo, os seus peitos e a sua bunda. Ela tirou da bolsa duas embalagens de protetor solar e passou o conteúdo da embalagem menor no rosto e pescoço e espalhou o protetor solar da embalagem maior pelo restante do corpo, depois me deu a embalagem para que eu pudesse passar em suas costas (para mim foi uma tortura deliciosa), depois ela esperou mais uns cinco minutinhos, até o protetor solar secar para então ir para a água. Antes de sair ela me deu os seus óculos escuros e me lançou um olhar tipo “toma cuidado”. Vou fazer um comentário indiscreto do meu pensamento ao ver a Manú se afastando: “Meu Deus, que costas lindas!” A Manú era toda atlética, com a musculatura definida, e ainda assim tinha uma aparência magra, feminina e sensual. Isso tudo eu percebi em apenas um segundo, que foi o tempo que demorou para os meus olhos serem atraídos para aquela bunda maravilhosa, que praticamente engolia a parte de trás do tecido da calcinha e para o seu rebolado sexy e natural. Quando ela saiu me virei para os amigos que jogavam dominó. Um deles fez a menção com as mãos que iria bater palmas, enquanto outro me deu um “joinha” e teve outro que bateu palmas mesmo. Olhei rapidinho para a Manú e realmente era um espetáculo ver aquele corpão maravilhoso indo e principalmente aquele reboladinho dela. E ao me virar novamente vi que o Liminha, que estava com o pessoal do dominó e havia chegado depois de mim veio em minha direção já me cumprimentando. Quando eu me virei vi que a Fernanda já estava vindo para o meu lado e parou quando percebeu a aproximação do Liminha. O Liminha era um petroleiro aposentado e muito querido por todos. Eu adorava sacanear com ele, principalmente quando ele dizia que Alagoas era a terra dos marechais e eu rebatia que era a terra dos marajás. Ele encostou do meu lado e conversamos animadamente até o chamarem de volta para a mesa de jogo. Foi só ele sair e a Fernanda tomou o seu lugar. Ela chegou visivelmente desconfortável e não deixei nem ela falar e já fui logo mostrando que estava sem nenhuma paciência para com ela. — Se vier falar merda aqui de novo é melhor nem começar! E eu tô com tanta coisa atravessada aqui na garganta que é melhor você nem tentar puxar papo comigo, porque senão vai ouvir muita coisa. — É assim que vai me tratar? — Enquanto você estiver agindo como criança vai ser tratada como tal. Reflita sobre a forma que você tratou a Manú agora pouco. Antes você tinha pelo menos educação. — Me desculpa... — Você deve desculpas a ela. Olha a baixaria que você fez! Ela veio para a cidade e só não ficou contigo pois sabia que você estava estudando e não queria atrapalhar. E outra coisa. Você foi leviana em nos acusar. Ela está lá em casa e não tive nada com ela. Mas se eu tiver qualquer coisa algum dia... com ela ou com qualquer outra pessoa, você não tem nada a ver com isso! Eu sou adulto e totalmente desimpedido. A Manú é a mesma coisa. O casamento dela com o Fábio não deu certo e eu adoro aquele cara, só não vou tratar mal a ex dele por causa disso. Ela é uma pessoa muito legal e, independente deles não estarem mais juntos, merece ser muito bem tratada. Nessa hora eu vi que quebrei a Fernanda, que me pediu várias desculpas e continuou tentando se justificar: — É que eu perdi a cabeça quando vi vocês juntos e pensei que era aquela menina que foi madrinha junto contigo... — Escuta Fernanda. Podia ser quem fosse. Eu poderia estar aqui com um traveco que você não teria o direito nem de me criticar. Nós não temos mais nada! Você está lá com o seu professor (na hora esqueci até o nome dele) a uns três ou quatro meses... cinco se contar o tempo que estava me traindo... isso é lua de mel ainda. Vá curtir o seu marido e me deixa em paz. Nessa hora a Fernanda viu a Manú voltando da água e voltou de cabeça baixa para a mesa das amigas. A Manú ainda tomou uma ducha no chuveiro ao lado do quiosque. Enquanto almoçávamos o desembargador chegou e, assim que me viu, veio me abraçar. Eu lhe apresentei a Manú e ela perguntou se ele era desembargador mesmo. Ela se apresentou como promotora, eles se empolgaram e conversaram um pouco. Então a Manú falou que o avô dela também foi desembargador por uns três anos, antes de se aposentar. Quando ela falou o nome do seu Antonio o “meu” desembargador abriu um sorriso e disse que o conhecia e tinha até os livros dele (e eu conversei tanto com o avô da Manú e nem sabia que ele era tão conhecido). No final a Manú ainda foi comigo para conversar com o pessoal do dominó. Brincou com eles, e disse que, de agora em diante ela que seria a minha parceira. Até jogamos uma partida, só não me deixaram começar ganhando de 50 pontos. Como já estava ficando tarde, eu e a Manú acabamos indo embora. E eu fiquei com a impressão que a Manú conquistou a todos. Ela estava acostumada a ser o centro das atenções, pois além de linda ela era simpática, extrovertida e muito sociável. De lá fomos para a praia do Guaxuma, que ficava há uns 10km de onde estávamos e passamos o resto do dia todo lá. A Manú levou uma daquelas câmeras portáteis de ação e fizemos até umas fotos debaixo d’água e brincado no mar. O passeio foi uma delícia. Voltamos para a casa já à noite. Tomamos um banho e comemos alguma coisa. Como a Manú queria dançar, a nossa programação era ir mais tarde ao Maikai, que é uma casa noturna, com música ao vivo e que ficava há uns seis ou sete quarteirões do antigo prédio que eu morava. Assim que sai do banho a Manú estava na sala, enviando uns vídeos e fotos para o Flavinho e usando o laptop. Ela sorriu para mim e falou: — Você pode até me chamar de curiosa, mas o que eu não daria para ser um mosquitinho e ouvir o que a Fernanda falou mal da gente hoje. Eu olhei para a Manú ali “upando” as fotos pelo computador e me veio uma idéia. — Eu acho que talvez a gente consiga, só não sei se é uma coisa legal de se fazer. Ela deve ter desabafado para a Morgana. A Manú sorriu e perguntou: — E você tem uma escuta na casa dessa Morgana? — Isso não, mas a Fernanda sempre usava o meu notebook para editar as fotos dela antes de colocar nas redes sociais ou para enviar para alguém. E talvez... eu digo talvez o aplicativo de mensagens do celular dela ainda esteja pareado com o navegador de internet desse computador. — E o que estamos fazendo parados aqui. Pega logo e vamos ver. — Isso não é crime? — Se você for preso eu te defendo. E ainda te consigo umas visitas intimas. Olha, eu não vou, mas consigo umas mulheres bem bonitas... kkkk. Peguei o meu laptop, fiz o logon, deixei a Manú mexendo nele fui fazer algo para comermos. Eu já tinha colocado umas sobrecoxas de frango desossadas para assar nos formo e fui fazer uma omelete e também brócolis e cenoura cozidos no bafo e um purê de abobora. Quando estava terminando de preparar chamei a Manú e ela disse que só ia tomar um banho bem rápido antes de comer e me deu o notebook, dizendo que era bom eu olhar o que ela tinha visto lá. Virei a tela e percebi que a Manú havia conseguido acessar o aplicativo de mensagens do aparelho celular da Fernanda e a tela que aparecia era justamente uma conversa da Fernanda com a Morgana, que havia terminado há umas duas horas, a qual transcrevo uma parte:
[Fernanda] Amiga, estou com muito ódio! [Fernanda] Aí que raiva!!! [Morgana] O que foi criatura! Você fica um tempão sumida e agora me chama só para falar de ódio. [Fernanda] Desculpa, é que estou com ódio mesmo! Hoje eu vi o Beto na praia com uma mulher. [Morgana] Ainda bem que não foi com um homem. Ia ser um desperdício aquele gato indo para outro lado. [Fernanda] Não brinca com isso amiga! É sério. Ele tava com a Manú, aquela que eu fui ao casamento em Belém. Parece que o casamento dela não deu certo e ela veio passar uns dias aqui. [Morgana] E eles estão juntos? [Fernanda] Ele falou que não, só que o comportamento deles dizia o contrário. Tenho certeza que ela o enfeitiçou. [Morgana] Olha, nem sei por que você está preocupada com isso. Você deixou ele. Queria que ele entrasse para um convento? O Beto é bonitão, gostoso, está solteiro e é cobiçado. Até que demorou para ele conseguir alguém. Eu pensei que as meninas iam se atirar aos pés dele. [Fernanda] Não fala assim!?! Eu tinha esperanças de voltar com o Beto. [Morgana] Como assim? E o Afonso? [Fernanda] Já tem uns 15 dias que eu larguei dele. [Morgana] Fernanda você é louca. [Fernanda] Devo ser mesmo. A minha maior loucura foi quando deixei o Beto. [Morgana] E o seu negão gostoso? [Fernanda] Nunca mais. Maldita hora que você me falou aquilo. [Morgana] Eu disse que o dia que você transasse com um negão gostoso, pauzudo e que sentisse o cheiro do suor dele, enquanto ele te fodia, não iria querer mais nada nessa vida. Eu não disse para você largar o seu marido pelo negão, ainda mais o Afonso, que é garoto de programa (GP). Tá certo que ele é o garoto de programa mais caro da cidade, mas não deixa se ser um GP. [Fernanda] Pois é amiga, eu já chorei muito. Não demorou muito tempo para perceber que eu estava errada e perdida. Errei muito e não sabia o que fazer, era muita insegurança, me culpava por tudo e ainda me culpo. Não queria errar de novo do mesmo jeito que errei com o Anderson. Agora eu percebi que sou humana, que vou errar. Esse erro eu não cometo nunca mais, mas vou cometer outros erros, uns pequenos e outros grandes, seja no trabalho, com a família, com meu companheiro, no trânsito, sei lá, a vida segue. Sei que temos que conviver com nossos erros. Vou viver com esse meu erro. Machucou muito, não sei se um dia vai sarar. O que mais dói, que faz essa dor quase insuportável, é que machuquei quem mais amo nesse mundo, a ponto de ele não querer mais olhar na minha cara. [Morgana] Você foi muito inocente e imatura. Quando eu mostrei o Afonso para você, lá no crossfit, eu já te falei que ele era garoto de programa e que ele ficava bancando o personal só para dar uma satisfação para a família. E eu me lembro de já naquele dia ele ficou todo atencioso com você. Ai que inveja. [Fernanda] Você não imagina como eu me arrependo do dia que encontrei o Afonso na saída daquela festa. É verdade, você já tinha me dito que ele era GP e que a profissão de professor de educação física era só fachada. Eu tinha visto aquelas fotos dele no site, com o corpo malhado e cheio de músculos e aquela pica gigantesca. Lembro que me deu um frio na barriga, uma sensação do proibido. Ele tinha aquele jeito arrogante e a fama de superdotado que assusta e desperta curiosidade. Eu me iludi, sabia que era errado, mas não conseguia evitar. O meu libido embaralhou a minha razão. Depois, acho que faltou alguém para me aconselhar e abrir meus olhos. Se eu por um segundo tivesse parado e pensado nas consequências nunca teria continuado com aquilo. Nada nesse mundo vale o que eu passei depois que meu marido descobriu. E sei que a barra pra ele foi muito pesada. Eu sei joguei nosso casamento maravilhoso na lama, que traí a confiança dele. [Morgana] Eu falei para você arrumar um negão, mas só para sexo! Ao contrário do Anderson, que eu fui direta e desde o começo já falei para você se afastar totalmente dele. E você agiu igual com os dois. [Fernanda] Não foi igual. O Anderson me cortejava e eu achava que estava no controle. Eu adorava o trabalho, estava ganhando muito bem e ajudando o Beto. O Anderson foi insistente, me testava sempre e eu achava que estava no controle. Tanto que, apesar dele se comportar como um lorde e de ser um coroa bonito, charmoso, seguro e me olhar com desejo eu nunca teria transado com ele se não estivesse bêbada naquele dia e ele não tivesse me forçado. É gostoso quando a gente descobre novas tentações e eu não pensei que as coisas iriam fugir do controle. Eu estava carente, não consegui evitar, fui fraca e depois me entreguei à luxúria e era uma delicia ficar com ele. Aí teve muito a influência do que eu descobri sobre a vida oculta que a minha tia levava e sobre o que nós duas conversamos com relação a abrir o casamento e as aventuras que você tinha. Acho que eu desejava ter outras experiências. E o Anderson era um safado e tinha uma pegada diferente. Me ensinou muitas coisas. Acabei deixando me levar pela empolgação. O Beto nunca descobriu e nunca vou contar para ele que na semanas antes do Anderson ir para o Canadá ele passou comigo em um dos melhores resorts do Brasil. Fomos até de jatinho até Natal. Só que com o Anderson eu acabei tudo... acabei tudo com os dois e isso nunca mais vai acontecer. [Morgana] Lembra que eu falei para você ficar longe do Anderson. Recordo claramente quando ele te convidou para aquela festa de aniversário. Disse para você não ir, você ficou me questionando e eu te contei que tinha um casamento aberto. Alertei que o Anderson tinha muita lábia e sabia envolver as mulheres. Eu também te dei conselhos de como ir treinando o Beto, caso você quisesse entrar no mundo liberal. Contei a história de como eu comecei no mundo do swing. Falei que o Beto te amava e se você tivesse inteligência para ir guiando ele com paciência, eu não tenho dúvidas que no final ele acabaria concordando. Te aconselhei a ir apimentando a relação e a convidar o Beto para vocês irem em uma casa de swing, falando que tinha curiosidade, pois lhe haviam dito que parte do ambiente era só uma casa de shows igual a qualquer outra, e que também dizer tinha uma outra parte em que aconteciam os encontros e tudo mais. Só que você não me ouviu. Eu fiz certinho e já dei para 67 caras diferentes. Você poderia ter feito a mesma coisa. [Fernanda] É, você é uma puta! E eu fiz uma grande caca! [Morgana] Mas o Beto te perdoou uma vez. [Fernanda] Da primeira vez sim, mas você não imagina o quanto eu fiquei assustada quando o Beto jogou na minha cara, dizendo que sabia de tudo. Eu sempre fui a certinha. Desde criancinha procurava ser correta em tudo, seguia as regras, e agora meu pior crime estava sendo desmascarado na minha frente. Em momento nenhum eu pensei em negar. Estava envergonhada e disposta a contar tudo, nos mínimos detalhes, eu seria uma ré confessa. O desespero bateu mesmo quando percebi que poderia perdê-lo. Eu fiquei sem chão. [Fernanda] E pensar que tudo isso aconteceu quando vimos aquela reportagem e eu te disse que estava fadada a ser igual àquela senhorinha, que estava casada há 50 anos e só havia transado com um homem, o seu marido, a sua vida toda. [Fernanda] Sem contar que eu morri de medo do Beto de fazer alguma besteira quando o Beto descobriu as minhas traições. O Beto é forte igual a um cavalo e sabe lutar. Se ele pegasse o Anderson ou o Afonso ele matava os dois com as próprias mãos. É sério! Vários amigos do Beto já me falaram que quando ele perde o controle, ele se transforma e aí ninguém consegue pará-lo. Por sorte eu nunca vi esse lado cruel dele, ele sempre me tratou com carinho e respeito. Quando o Beto descobriu da primeira vez eu até liguei para o Anderson, foi a única vez que conversamos depois que ele foi para o Canadá, e o alertei, dizendo que o Beto sabia da gente... ele perguntou como o Beto reagiu e eu disse para o Anderson não dar bobeira na frente do Beto, pois eu não sabia que reação violenta ele poderia ter. [Morgana] Então você deu sorte. O problema agora é essa menina. Se ela quiser mesmo o Beto e se for 10% do que você me já me contou dela, pode dar adeus ao seu ex-marido. Ela não vai ser apenas uma namorada troféu. Além da aparência física, ela é inteligente, astuta e rica. [Fernanda] A última coisa que o Beto olharia em uma mulher é no dinheiro que ela tem. Mas eu conversei com eles e o Beto tá diferente. Amiga, aquela menina é linda demais, é carismática e sabe usar o corpo. Ela estava usando um micro biquíni e mostrando aquela bunda empinada, rebolando e toda sorridente ao lado do meu marido. Depois, no final, ficou no meio daquele monte de velho, que fica o dia inteiro sem fazer nada, só jogando dominó. Eu odiava quando o Beto ia conversar com eles, já ela com aqueles trajes minúsculos, fez o maior sucesso com aquele bando de velhos tarados que estão sofrendo a crise da meia-idade [Morgana] Ela está usando as armas que tem, além do que o que é bonito tem que ser mostrado. Acredite, ela vai tentar conquistar ele de todas as formas. E uma delas é através dos amigos. [Fernanda] Será que ela quer mesmo o Beto? [Morgana] Amiga, a pergunta é quem não iria querer um pedaço de mau caminho como o Beto! Aquele moreno alto, forte, gostoso e bonitão. Se ele não me odiasse eu teria ido consolá-lo. [Fernanda] Sua puta! Pior que o Beto é bom mesmo. Só que ele também ainda está muito puto comigo. [Morgana] O Beto é um homem bom. Ele é gentil, romântico, atencioso e te mimava. [Fernanda] Não fala assim, que eu sinto saudades dele. Talvez esse fosse o problema dele. Ele é certinho demais. [Morgana] Me diz uma coisa: qual dos três você gostou mais de transar. O Beto te satisfazia na cama? [Fernanda] Essa é fácil. O Anderson é um velho safado e pervertido. O bom dele é que fazia coisas inesperadas e usava o dinheiro que tinha para me impressionar. O bom do Afonso é que ele é um deus de ébano, com uma pica sensacional. E ele me fodia igual a uma máquina e estar com ele era como se estivese dentro de um filme pornô. Normalmente eu saia toda dolorida debaixo dele. Ele me dominava e fazia eu me sentir uma puta na cama. Já o Beto sempre me fez gozar muito. Além de inteligente, engraçado e atencioso, ele era maravilhoso nas preliminares. Ele se preocupava comigo e com ele eu sempre gozava já nas preliminares, só com a língua dele, fora que tinha um pau gostoso e que nunca me deixou na mão. E o melhor dele era a paciência e a forma como ele me estimulava e me mantinha acesa entre uma transa e outra. É do Beto que eu sinto mais saudades. Ele é o mais completo, é viril e carinhoso. [Morgana] Você é mesmo apaixonada pelo Beto. Só assim para achá-lo melhor na cama do que essas duas lendas. [Fernanda] Acredite no que eu digo, pois o Beto se preocupava muito mais em me dar prazer do que os outros dois. [Morgana] Só era bonzinho demais! Você nunca escondeu que é mesmo apaixonada pelo Beto. Porque então que deixou aquele italiano bonito, com cara de modelo e pica gostosa? [Fernanda] Eu troquei um presente de Deus por uma oferta do diabo. Eu vivia no céu e fui abraçar o capeta. O Beto era amoroso, cuidadoso, protetor e se preocupava no meu bem antes de qualquer coisa. Minha vida com ele era um paraíso, que eu tinha liberdade, estabilidade e era elogiada a toda hora. Vejo as meninas reclamando do marido, de como ele se comporta na hora do sexo, e eu nem comentava nada, para não fazer propaganda, pois o Beto era o oposto. Eu e o Beto nos entendíamos muito bem. Fazíamos amor a toda hora e eu tinha orgasmos maravilhosos. Daí veio o diabo. Ele era uma máquina de foder, só que com o tempo eu descobri que ele era só isso. Ele não tinha conteúdo, não namorava comigo, não era carinhoso e eu ainda tinha que dividir ele com outras... era a “profissão” dele... Toda noite ele saia com uma, duas e até três. Depois da primeira semana morando com ele já entrei em uma vida de tortura. Eu chorava muito e acho que faria qualquer coisa para voltar à minha vida anterior. Foi quando eu percebi que foi por causa dele que eu estraguei a chance de ser feliz com um homem de verdade e passei a odiar o Afonso. [Morgana] E não procurou o Beto novamente? [Fernanda] A gente já havia passado por isso e eu tinha que pensar muito bem sobre o que falar com ele, para trazer ele de volta. Sabe, eu tava bem empolgada. No mês passado eu o vi desembarcar quando voltava do trabalho. Fiquei de longe e não tive coragem de conversar com ele. Quando ele embarcou de novo eu fui ao prédio dele e conversei com o porteiro, que me falou que nunca tinha visto ele com nenhuma mulher e não sabia se ele tinha namorada. Foi daí que vi que haveria esse torneio de vôlei de praia, em comemoração à independência, me inscrevi e tava treinando para jogar. Eu sei que o Beto gosta de ver o pessoal jogando e eu estava até bolando um jeito de convidar ele para me ver em quadra, levando o convite através de um amigo ou deixando um cartaz no prédio dele ou um e-mail ou algo assim. Eu conheço o Beto bem o suficiente para saber que só assim eu poderia chegar nele e encontrá-lo com a guarda abaixada. Daí agora vejo ele na praia com aquela menina linda! Que ódio! [Morgana] Vai à luta! [Fernanda] Vou sim. Vou provar que os homens preferem as loiras. Kkkk. Eu tenho que falar para o Beto, me declarar para ele, dizer que ele é e sempre será o homem da minha vida. Essa briga está longe de acabar! O problema foi a forma como ele foi embora de casa. Assim que eu contei que iria deixá-lo por outro homem, ele só foi para o quarto, fez uma malinha e foi embora. Ele deixou para trás coisas que eu sei que ele adorava, como umas máquinas fotográficas velhas que enfeitavam o escritório, a bolsa com o kit de fotografia dele, várias miniaturas de helicóptero, um violão velho que ele vivia tocando e tiveram as roupas que eu dei que ele não levou nenhuma. Haviam roupas que ele adorava, não tirava do corpo e acho que só por ter sido presente meu ele as deixou. [Morgana] Vou ser sincera com você. Acho que se eu tivesse feito com o meu marido o que você fez com o Beto eu tinha levado uma surra monstruosa do Helio ou estaria com a boca cheia de formigas numa hora dessas. Vou ser sua amiga. Da outra vez que vocês se separaram eu até fui falar com o Beto, me humilhei e tudo mais, só que agora não quero me envolver, pois o Beto não gosta de mim e se eu for lá posso até piorar as coisas e... me colocando no lugar do Beto, acho que eu não te perdoaria ou te aceitaria de volta. [Fernanda] Eu vou tentar! Vou levantar a bandeira branca. Vou conversar com ele da melhor forma possível, só que eu vejo que ele sofre quando estou por perto. Quando deixei o Afonso, tinha a ilusão de que voltaria correndo para o Beto e ele iria me perdoar, me receberia de braços abertos, que juntaríamos os cacos e seguiríamos em frente e juntos. Sei que não seria aquele relacionamento maravilhoso, pelo menos no começo, mas eu faria de tudo para dar certo, não mediria esforços, não importa o quanto eu fosse humilhada. Quem sabe um dia voltasse a ser algo parecido com o que tínhamos. Vou atrás dele e nessa conversa vou pedir milhões de desculpas, vou falar que devo muito para ele e vou torcer muito para que ele me dê alguma brecha para provar que eu mereço ficar ao seu lado. [Fernanda] Uma coisa que eu sei é que, no futuro posso até ter outros relacionamentos, sei lá, me casar... ter filhos... mas o Beto sempre será o homem da minha vida. Talvez não fale isso para ele hoje nem amanhã, pois eu não quero foder mais a cabeça dele... talvez no futuro consigamos ser amigos e ele dê uma brecha para que eu diga isso... até lá eu guardo isso pra mim. Talvez eu nunca diga isso pra ele. Se eu ver que no futuro ele está feliz, que tiver outra família, estiver seguindo em frente eu não vou fazer isso. Não quero de forma alguma prejudicar ele, além do que já fiz. Mas todo dia eu repito pra mim mesma, que o Beto é e sempre será o homem da minha vida.
A conversa terminava aí. A outra página que estava aberta no navegador de internet era uma com anúncios de garotos de programa. Era a página do Afonso, que tinha o apelido de “Poderoso Ébano”. A primeira foto era ele de frente e dava para ver o seu físico atlético e o corpo escultural que ele tinha, com sua barriga toda definida e as pernas grossas. A sua pica era descomunal, ela devia ter, no mínimo, uns 25cm e era negra, grossa e cheia de veias. A cabeça da pica era gigantesca e mais parecia uma maça e o saco era enorme e assustador. Era um corpo de fisiculturista, com os músculos hipertrofiados, muito bem trabalhados e bem definidos. Em nenhuma foto dava para ver o seu rosto, mas ele era negro, com a cabeça raspada e usava cavanhaque. Haviam mais umas cinco fotos só dele, umas três fotos dele transando com a Fernanda (não dava para ver o rosto, mas com certeza era ela) e fotos com umas outras quatro ou cinco meninas. Também tinha os contados dele, valores dos programas e vários comentários e elogios com relação à sua performance e seus atributos. Assim que vi a última foto fechei todas as abas do navegador de internet e baixei a tela do notebook.
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